retrataçao pública tenho que me desculpar com o joao e a vero por nao ter ligado nos aniversários. mas aviso que comemoramos pelos dois! no dia 18 a grazi estava aqui e tomamos cava e comemos cereja e brindamos pela vero. no dia 23 era verbena de san joan e passamos a noite inteira caminhando pela praia, vendo e ouvindo os petardos e lembrando do joao. PARAB?NS LINDOS HERMANOS!
Tudo muito bem na terra de Gaudí. Para completar os relatos de San Joan que virao a seguir, acabo de receber minha nota do trabalho sobre blogs: 10. E o comentário do teacher:
Un estudo empirico excelente, baseando-se de forma relevante en la bibliografi y
tema del curso de referencia, y demonstrando capacidad analitica y manejo de
conceptos y teorias. Su focus teorico y empirico esta claro, su punto de partida en
Appadurai (la teoria de ruptura), y su estudo de caso bien estructurado, corto,
directo, y, creo, util, como apuntes iniciales para entender mejor el fenomeno de
los weblogs. Un trabajo muy bien hecho!
Em breve, publicarei conforme prometido. E sim, estou super contente! Principalmente porque, como já disse aqui, foi a única cadeira que realmente me empolgou no doctorado.
reparou no staile da mina do tempo? 30 graus, oito da noite. era isso o que ela dizia. e era esse o calor que eu sentia na rua. nada como ar condicionado e internet. ou praia. ou a varanda lá de casa - com poluiçao sonora e tudo. ou as ruas sombrias e sombreadas do borne. ou o parque da ciutadela. mas o final de semana promete ser diferente de tudo isso. segunda é fiesta de sant joan. a cidade já está mais ruidosa do que nunca. e a barceloneta vai sofrer as conseqüências de duas festas: sábado com o solstício de verao e segunda com sant joan.
dias cheios de língua portuguesa, francesa e español capotando no meio de tudo. dias cheios de passeios, de nostalgia e de muita alegria. dias de visita da grazi, de chegada das maries, de turismo pela cidade que já conheço um pouco mas sempre me faz me perder e me achar e me mostra o quanto é bom estar aqui. dias de praia, de shopping, de xinacittá, de cartas escritas com saudades e turrones enviados. dias de sol, um dia nublado no meio. dias e dias sem escrever. dias de muita açao e pouco inspiraçao.
calor da porra, comenta edsonlino. de hecho, calor de porto alegre parece fichinha. ou eu nao lembrava mais o significado da palavra calor. acho que é isso. dois invernos depois estamos enfrentando a primavera mais quente da catalunya desde 1961. e bellaterra nao tem praia, luego o calor parece mais intenso. e a universidade nao tem ar condicionado nos corredores e foi projetada por um daqueles arquitetos que nao pensam na mudança de estaçoes. vidros enormes por todos os lados, janelas pequenas e uma estrutura de metal e cimento. nada mais a reclamar, passo aos temas da minha semana.
ontem foi um dia intelectualmente produtivo. tomei café da manha com arjun appadurai, professor da universidade de yale, indiano de bombai - para quem o calor de barcelona deve ser nada. ele era o palestrante central de um debate promovido pela casa asia, o cccb e o fórum das culturas de barcelona - leia-se, ayuntamento + empresários. começou respondendo um agradável sim à pergunta ¿y si declaráramos la paz? e argumentou a resposta com a importância dos movimientos globales más allá de las fronteras neste processo. foi um debate caloroso com outros dois intelectuais divinos, o escritor bashkim shehu, e o catedrátido de estética da UPC xavier rubert de ventós, e mediado pela antropóloga da uab verena stolke. o alcalde reeleito em 25-M joan clos e seu antecessor maragall, candidato pelo mesmo partido, o psoe, à presidència da generalitat - o governo da catalunya - se manifestaram e acabaram ouvindo o que nao queriam. por exemplo que o fórum das culturas, programado para o ano que vem, é uma falácia da multiculturalidade barcelonesa baseada no desgostado conceito de politicamente correto. a discussao passou pelos outros que nos fazem outros também, pela agressividade inata do ser humano - o incesto e o assassinato sao as únicas proibiçoes universais, lembrou rubert -, descambou para os movimentos antiglobalizaçao e as manifestaçoes contra a guerra e contra o pp e se deteve num ponto chave para a composiçao da paz, segundo appadurai: a recuperaçao da capacidade e do direito de aspirar. para mim, a discussao se completou à noite, com a apresentaçao da revista parachute na capela do hospital. parachute é uma revista canadense de arte e seu próximo número será sobre as relaçoes entre arte e democracia e democracia e arte. cheguei atrasada e nao consegui apontar os nomes dos colaboradores que estavam ali, mas um deles falou sobre corpo e democracia na arte e sobre a impossibilidade de se representar - artistica e politicamente - as multitudes. sem as anotaçoes aqui agora para resumir a apresentaçao, digo o que lembro e ele falou sobre um dos efeitos da multitud - que tem raiz comum com multiculturalidad - que é o desenvolvimento de uma subjetividade coletiva. curioso é que muito do que todas essas cabeças pensaram e falaram me fizeram ver o que acontece dentro da minha casa atualmente. somos só quatro, mas somos uma multitud multicultural que peleia para se entender dentro dessa lógica da subjetividade coletiva. e como diria elvira, estamos diante de um novo paradigma.
hoje chegam marie e marie. sao duas francesas que vao viver com a gente de agora até agosto, mientras rocio e moni estao em madrid cuidando de piscinas. chegam sem falar casi nada de español e vao buscar trabalhos em restaurantes. mas a vida nao é tao difícil para quem tem passaporte comunitário e cara de pau e alguma experiéncia como camareira. fizemos as contas e estamos na quinta etapa desde que chegamos aqui: pré-elena, casa da elena, enrique, rocio e francesas. em nenhum momento deixamos de lado as aspiraçoes. variaram, por supuesto, e agora o que sim estamos sentindo é a volta dos sonhos de consumo. eu quero a minha brompton! laranja, igual à que experimentei no sábado na lojinha de bicicletas de gracia. e é para viajar o mundo.
R.Revistas é o nome da maratona de publicaçoes que está rolando na capella do prédio que acolhe a biblioteca naiconal da catalunya - um hospital construído em 1914, como já contei aqui em algun lugar. pois estivemos passeando e lendo e ouvindo as histórias de alguns projetos e resolvi publicar aqui, sem uma periodicidade fixa, nem muito compromisso, os links para algumas das revistas mais legais que estao lá e que também estao na rede. como tenho que sair correndo, deixo aqui o primeiro link dessa séria, sem muitos comentários mais: 2wice .
ainda sobre palabrototas españolas me olvidé de la más importantes: gilipollas. é a traduçao que eles usam pra asshole, mas literalmente nao vai além de um mero "imbecil" ou "idiota". é a palabrota mais ridícula. nao, talvez faça uma boa competência com o jolin.
a russa que falava alemao sai da praia tranqüila, me sentindo leve, muito leve, mas a bolsa pesava e nao fazia juz à leveza que eu sentia. resolvi parar numa praça da barceloneta pra acomodar melhor as coisas. apoiei a bolsa num banco e vi que na outra ponta estava sentada uma mina, tomando algo como uma meca cola. mientras acomodava a bolsa para pesar menos, y sin más, la chica, roja como uma russa, se vira e empieza a gritar, furiosa: FÜRSTEN KRISTENSH FÜRSCHEN (ignorem o significado, mas tinha mais ou menos esse som. karen, quem sabe vc nao me ajuda a entender o que ela queria dizer? na, fporget bout it. seguramente eram bobagens que nao merecem traduçao...).
nao sei que passou - eu juro que nao fiz nada! -, mas eu me fui correndo e morrendo de rir e ela, roja, pero mucho roja - de raiva ou do sol? -, seguiu berrando suas ofensas nonsense do banco da praça na frente da igreja.
pues nada [some lived in it and never felt it but he knew it all was nada y nada y pues nada. our nada who art in nada, nada be thy name thy kingdom nada thy will be nada as it is in nada. give us this nada our daily nada and nada us our nada as we nada our nadas and nada us not into nada but deliver us from nada; oues nada.hail nothing full of nothing, nothing is with thee. he smiled and stood before a bar with a shining steam pressure coffee machine. ernest hemingway. the essential hemingway. winner take nothing: a clean well lighted place. penguin books, p. 394]
jorge já contou, mas ainda tem graça. saio das tabacarias para uma tienda de perfumes no free shop do aeroporto de barcelona. vou ganhar o mesmo, ma so que mais me emociona sao os meus horários. pra começar, o trampo começa daqui a 24 dias, no dia 27 de junho. trabalharei sete dias seguidos das 6h15 da manha às 14h15, tenho dois dias de fiesta, e volto a trabalhar sete dias, pero das 14h às 22h, e luego entro em 5 (cinco!) dias de fiesta. nao esqueçam: é verao em barcelona (meu contrato a princípio é de dois meses). tudo bem que vai ser foda levantar às quatro e meia da matina, mas resistiré. ainda mais sabendo que nesses dias poderei sair direto para a praia, programa aliás que nao me cansarei de repetir antes de começar a trabalhar. hoje foi só o começo: dois banhos no mediterrâneo para sentir o gostinho do que ainda vem por aí. nos raros dias de chuva ou nos dias nublados vocês me encontrarao nos museus.
meu professor thomas tufte esqueceu meu trabalho sobre blogs e eu quase perco a nota. mas a atrapalhaçao dele foi por uma boa causa. me conta em seu português impecável, aprendido em pelotas nos anos 80:
"Agora estou longe do escritorio, uns dias de repouso numa casa na praia - e acertei com estes dias, porque esta fazendo o maior sol! Dinamarca no inicio do verao, tudo verde, com sol e luz ate as 11 da noite - é a melhor epoca do ano aqui!"
mais adiante, ele me pergunta ( e essa é para vcs entenderem minha situaçao...):
E voce, ao final, conseguiu outro emprego, ou vai aguentar o que tens e seguir no doutorado assim? Espero que esteja tudo bem!
pues le cuento que estou mudando de emprego. só nao sei ainda o que vou fazer. pode ser que amanha já tenha a resposta. les manteré informados. fui: entrevista de trabalho às 16h!
sucedido hoje: me neguei a dar um cigarro pra um cara na rua. disse que nao tinha mais, o que era uma mentira da porra. o cara se vira e me diz, com todo o amor que sentia por mim naquele momento: pues si lo tienes que lo metas en el culo! e lembrei disso porque acabo de ler um texto do millôr que tá circulando pela internet e que deve ter sido publicado em algum jornal aí do brasil.
aqui a variedade de palabrotas me parece mais reduzida. e as pessoas têm mania de amenizar, o que deixa as palabrotas com cara de palabrotota. por exemplo, em castelhano joder vira jolin, e o óstia típico do catalao vira óstras. mas a maioria dos taxistas nao sai mesmo é do coño, joder y a la concha de tu madre. no mercado sim se ouve coisas melhores. pena que ainda nao consegui gravar. hoje tinha uma mulher brigando com o verdureiro e era cômico. muito español.
falar em mercado, é época de cerezas. hmmmm. 1,29 o kilo na boqueria. e também é época de sandia, ou melancia, mas eu nao gosto. o kilo sai por 0,59, quase oito vezes mais barato que o kilo do mamao, fruta exótica vendida junto com as pitayas, e 20 vezes (na ponta do lápis) mais barato que o kilo do maracujá.