um alarme me desconcentrou uma hora antes do previsto. saí correndo da biblioteca para a padaria, mas não havia mais madalenas de chocolate. achei que me contanteria com os croissants recheados com creme. e resolvi trocar também o desejo do café com leite por um chá de menta. não preciso dizer que fiquei completamente semi-satisfeita.
tenho hora marcada com duas mexicanas, e isso significa espera. assim que espero em casa, e tento sair mais tarde para chegar na hora, a delas.
não entendo por que tanto sono se ontem voltei cedo pra casa. será a primavera? dizem no jornal de hoje que é pra tomar cuidado com a síndrome do olho vermelho.
a sexta está sendo mais produtiva. depois de uma aula de yoga, me informo sobre políticas passadas e presentes, e instalo contrasenhas. escuto canciones do concierto de logo mais, e me preparo para uma assembléia.
quinta é quase sempre um dia excessivamente ativo no meu calendario lunar. ya, a lua não é sempre igual nas quintas-feiras, mas um dia li que era um dia particularmente produtivo para pessoas nascidas no dia-e-hora em que nasci. por alguma motivo o prognóstico é válido. por isso deixo esse post para sexta, com a ressalva de que está produzido numa quinta em que espero minha entrevistada que, acho, não vem mais. e se vier tarde, eu fui: preciso comprar apetrechos para poder me sentir melhor a partir de amanhã (que será hoje).
meu passeio por blogs amigos traz notícias do rio, cidade exuberante, e é inevitável sentir uma vontade de estar aí-lá. sem muitas outras novidades, sacio meu voyerismo descubrindo outros pontos de contato com mundos alheios. dos links da ptkq me detenho num vai e volta nos objetivos escritos de laburrak , onde encontro o papel contínuo, cujo segundo post me deriva para as tiras irakianas de joe saco no guardian. hora de parar.
exposições fotográficas se converteram na atividade cultural favorita dos últimos meses. desde janeiro, estão as duas de pierre gonnord. fracês radicado em madrid há 15 anos, ele apresenta na casa ásia seus retratos asiáticos até o dia 16 de abril, e no instituto francês, até hoje, outra série de seu work in progress. as imagens impressionam (são de metro e meio, literalmente). o vídeo que acompanha a exposição asiática narra seu processo de trabalho e revela um tipo desses tão interessantes que se dedicam a buscar-se na alteridade: "me pregunto qué hay de los demás en mi y qué hay de mi en los demás" é uma das frases que eu anotei no canto da página que justifica a mostra. segundo jesús, que recolheu outros apuntes, o trabalho de pierre (que é irmão da marie gonnord), "eleva seus e suas modelos à categoria de aristocracia ocidental". não sei se é uma "elevação", mas é certo que o formato 3x4 e a estética neobarroca é sim claramente limial/liminal/limítrofe. não poderia ser diferente: seu autor (buscar apuntes sobre a genialidade na obra de arte) é francês, e sua mirada não foi orientalizada pelo tempo de dois anos vividos no japão. os retratos das gueixas (com x ou com ch?) são quase fotogramas de um filme de wong kar wai.
na caixa forum, o tema é outro. nova york, anos 70, e a mirada que diane arbus construiu sobre os e as habitantes de nova york. es un mundo freak, e ela nunca ocultou isso. seus aristocratas eram eles: "freaks were born with their trauma. they've already passed their test in life. they're aristocrats". a exposição é uma mostra bastante completa da sua obra, e inclui uma sala que reproduz as estantes do seu estudio com alguns dos seus livros favoritos e as duas câmeras que utilizou durante toda a sua vida: uma 35 mm e uma roleiflex. ao contrario de gonnord, arbus acreditou que "é impossível sair da sua pele e entrar na de outro".
bound by law está a venda e também disponível de graça na rede. o comic foi anunciado faz mais de um mês no boingboing de cory doctorow e conta a historia de akiko, cuja personalidade se resume na portada: by day a filmmaker, by night she fought for fair use. tive tempo de echar un vistazo no trabalho de keith aoki, james boyle e jennifer jenkins, mas ainda não parei para ler e pensar um pouco mais no assunto. a visão de cornelia solfrank sobre a tríade genio, autor e autoria estimulou meu lado crítico respeito ao mundo pensado baixo creative commons.
já sinto cheiros outra vez. agora mesmo é lavanda, sem prescrição. deve fazer bem.
eram quase sete da tarde e o dia ainda estava terminando. olor a mato y luna llena.
dos días de rutina y ya me encuentro. aún me quedan rincones por arreglar y las estanterías llenas de libros fotocopiados por leer. en la biblioteca me embriago con fante. tendría que buscar algo de diciplina (y un dicionario para no resvalar tanto en mis intentos de escribir en castellano). por ahora me quedo con fante.
um vírus se instalou no meu laboratório pessoal nesses últimos dias. deve ser resultado de tanto contato com computadores alheios e de uma alimentação precária. de qualquer maneira, aprendi a ativar outras defesas: um teclado, por exemplo, é fundamental [a paródia seria que ainda reivindico um teclado on my own] e também conheço algumas armas de mulher para guerreiros [e guerreiras] na rede.
faz dias que estou "enredada", e isso que as jornadas ainda não começaram. as minhas têm sido longas e rápidas, já nem sei em que dia da semana estou. ontem sabia, até certo ponto. de dentro de uma furgoneta que ia no meio da manifestação pelo dia da mulher, radio paca emitiu spots e metade de uma entrevista, até que o gerador deixou de alimentar o equipamento improvisado de computador e mesa de áudio que comandávamos em meio a muito anidrido de carbono. voltou a funcionar para uma ação (contra)política: os microfones foram abertos para a leitura de três manifestos alternativos na porta do ajuntament, onde improvisamos uma festa com música e cerveja.