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onsdag, november 30, 2005

às vezes eu sofro com o acúmulo de idéias. ontem me dei conta de quanta leitura me falta pra que a intuição essa que me faz saltar das cadeiras nas aulas e palestras tenha algo de argumento. as pessoas precisam disso. e eu também começo a sentir falta.

"la moderna inversión comparte con la jerarquía tradicional el supuesto de que la misma preocupación fundamental humana ha de prevalecer en todas las actividades de los hombres, ya que sin un principio comprensivo no podría establecerse orden alguno. dicho supuesto no es algo evidente, y mi empleo de la expresión vita activa presupone que el interés que sostiene todas estas actividades no es el mismo y que no es superior ni inferior al interés fundamental de la vita contemplativa. (hannah arendt, la condición humana, paidós, p. 42)



mandag, november 28, 2005






alain touraine esteve em barcelona uma semana antes da cumbre euromediterranea -que desgraciadamente mobiliza hoje mais policiais que cidadãos nas ruas desta cidade condal. o diretor de estudos da ecole des hautes etudes en sciences sociales veio apresentar seu novo livro, un nuevo paradigma para entender el mundo de hoy. a discussão não pdoeria cair em outro tema: as revoltas nas banlieues de paris. o novo paradigma que touraine propõe para se pensar a sociedade é a cultura, que ele articula assim com a realidade imediata: "Lo que pasa en París corresponde bastante bien a este fin de lo social. Hasta mediados del XIX hablábamos en términos políticos: paz y guerra, orden y desorden. Eran las categorías que estructuraban nuestra visión y nuestra práctica. Luego durante siglo y medio hemos representado y organizado nuestra existencia en términos económico-sociales, un modelo en el que los conceptos eran capital, trabajo, huelgas y mercado. Y todo eso se ha ido abajo, no estamos ya en ese paradigma."

na contra de hoje ele antecipa o tema do próximo livro: as mulheres muçulmanas nas banlieus de paris a partir do movimento ni putes ni soumises.

no último sábado escutamos emitimos a história de uma menina marroquina de tradição muçulmana que durante dois anos foi violentada pelo marido. casada aos 15 anos e contra a sua vontade, veio com ele a barcelona, onde começaram as agressões. aos 17, decidiu dizer basta e o denunciou. o relato dela, valente até a medula, serviu de guión para a nossa ruta, que tratava sobre a violência contra a mulher a partir da perspectiva da imigração. mais que nada, serviu para constatar que a violência doméstica é igual em todas as culturas. as diferenças começam a surgir quando se questiona o papel que a própria cultura joga para justificar ou não a violência do homem sobre a mulher, dentro e fora de casa.

a historia de l. foi intercalada com uma entrevista que fizemos no dia anterior com a silvia, do coletivo ni putes ni soumisses em barcelona. o movimento surgiu a partir da história de uma mulher francesa que, resumindo, foi violada por ser muçulmana e não levar o véu. não é um caso isolado, desde luego, e denuncia o confronto entre o laicismo francês -que, por exemplo, não admite o véu nas escolas- e o fundamentalismo islâmico -que não admite o contrário. é um movimento feminista mixto. coisa que muita gente ainda não entendeu.



mandag, november 21, 2005

bilbao é uma cidade muy hermosa, e o guggenheim de frank gehry é provavelmente o que menos conta hoje para que os turistas de passo cheguem a essa constatação. sem nenhuma dúvida o museu impulsionou o processo de revitalização da cidade, que já foi a mais rica do país vasco. a realidade das minas de hoje é outra: os jornais de domingo davam conta de que atualmente bilbo apresenta o maior índice de pobreza do território euskadi.

o bairro de san francisco é a zona central às margens da ría que mais evidencia a camuflagem da cidade. lilia, que chegou de trem às oito da manhã, ouviu da senhora de limpeza da estação que a rua cortes, onde estávamos hospedadas para o netlach, é a rua das putas, imigrantes e traficantes, não necessariamente nessa ordem. nada extraordinario para quem vive em barcelona, mas o contraste ali parece maior, proporcionalmente. bilbao é pelo menos 3 vezes menor que a ciutat comtal e o san francisco não se compara com o raval em tamanho. ao mesmo tempo, e como também acontece aqui e em outros cascos antigos, o bairro está cheio de projetos de reabilitação comunitária, impulsionados por jovens bilbaínos de classe média alta que desde hace poco começaram a habitar o bairro. a residência universitária, que ocupa o que até o ano passado era um solar abandonado e utilizado como ponto de chute pelos usuários de heroína, é o mais institucional deles. na frente do edifício, num prédio em semi-recuperação, está o espaço da amatau tv, e mais abaixo, na direção do rio nervion, bares para quase todos os gostos mudérnos se misturam com as familiares tascas de pintxos e os prostíbulos, alguns ainda com placas do século 19.

voltei encantada e com vários assuntos pendentes. entre eles, o espacio tangente de burgos e o judo socialware, que fica do outro lado da ría, onde instalamos a rádio por uma hora na sexta-feira. fotos hay pocas, mas foi bom voltar pra casa carregando idéias na cabeça e buenos recuerdos en el corazón. euskarik asko!





os acessos a barcelona ontem estavam iluminados com avisos de que esta semana a cidade estará baixo controle e que por isso as principais vias de entrada estarão fechadas ou extremamente vigiladas. o motivo é a 10ª cumbre euromediterrânea que se celebra dias 27 e 28 na ciutat comtal. o principal "medo" anunciado pelas autoridades é de que "grupos anti-globalizaçãoa", como os meios insistem em chamar, adotem estratégias incendiárias. o tema central da cumbre será o terrorismo, que virá associado à necessidade de controle da imigração na zona européia do mar mediterrâneo. a veure.



onsdag, november 16, 2005

na contra de hoje me encontrei com o neuropediatra gallego emilio fernández. aos quase 70 anos, ele diz que aprendeu utilizar estratégias femininas para resolver problemas profissionais:

- "¿Cómo actuaría una mujer en esta situación?", me pregunto.

- ¿Y?

- El hombre ante un problema tiene tendencia a las resoluciones rápidas, definitivas, inmediatas, drásticas y a veces violentas. La mujer consulta las opciones, las comenta con otros, las analiza y finalmente toma una decisión más elaborada y matizada.





ainda sobre a frança: chirac definiu anteontem a situação como "crise de sentido". bem, molt bé: parece que os redatores dos discursos do presidente chegaram a uma conclusão de que o "problema" é dos prórpios franceses, das suas instituições, da falta de conexão entre teoría y práxis política. esperamos -eu espero- que esta crise continue existindo até que liberté, egalité e fraternité sejam práticas cotidianas.

de las penélopes chega esse artigo de josefina gamboa em primeira pessoa: la nota cómica, irónica, patética, llega cuando después de diez noches de revuelta y quema, el Primer Ministro, Dominique de Villepin, nos anuncia la creación de empleos, pasantías, formaciones para la juventud suburbana, 100 millones de euros en subvenciones para las asociaciones, la creación de unos 10.000 puestos de asistentes de educación en las escuelas. Pero... ¿cómo es esto ? Ese presupuesto, ¿existía entonces ? ¿Se puede, se podía ? Entonces quiere decir que cuando no hay voluntad política, si quemamos todo, ¿se puede pasar primero en la lista de prioridades ? ¿O será simplemente para este gobierno una manera de aceptar que no se está controlando la situación ? Estas medidas debían tomarse años atras. Estas medidas sientan un precedente histórico que ridiculiza a las instituciones : quemen, y -solamente así- se les concederá.



mandag, november 14, 2005

na wikipedia, a revolta francesa está catalogada como civil unrest.



torsdag, november 10, 2005

a frança vai expulsar franceses. para quem ainda não se convenceu de que o que está passando nas fronteiras do "primeiro mundo" é uma revolta com causa, aqui vai mais uma contribuição ao argumento.

para sábado, estamos preparando um programa especial sobre o tema. será a estréia do nosso mujeres en ruta, mulheres em movimento (mulheres na estrada soa muito camioneiro, ¿não?). a partir das 11h30 ou 12h, três horas a menos no brasil. na radio paca, lógico.

e olha que maravilha: amanhã o zygmunt está de volta ao cccb. a ver o que ele e os outros participantes do ciclo "Arxipèlag d'excepcions: Sobiranies de l'extraterritorialitat" vão dizer sobre revolta. se eles não ajudarem muito, em duas semanas alain touraine ocupa o espaço, com a vantagem para analisar os fatos com mais tempo.



søndag, november 06, 2005

o ptqk é o blog da maria perez, de bilbao. ela está organizando o netlach que acontece lá na cidade dela entre os dias 16 e 20 de novembro. no dia 19, estaremos por lá com um debate sobre a sociedade da informação e do conhecimento vista de uma perspectiva de genero.

e no blog da maria encontrei também uma bela documentação sobre o que está acontecendo em paris. a verdade é que a realidade dos chamados banlieus não corresponde à da frança européia e dourada dos cartões postais. como descreve maria, a realidade social aí é muito mais próxima da de uma favela do rio de janeiro do que a dos campos elíseos: Ataques inter-raciales, asaltos, incendios, amenazas y violaciones sistemáticas (las famosas tournantes) son habituales en sitios como el distrito 93 de París en el que han tenido lugar muchos de los altercados de los pasados días. La policía no suele acceder ellas por miedo a ser atacada y se limita a patrullar por los alrededores con órden de ignorar las manifestaciones de violencia que ocurren a diario.

a coisa explodiu nos meios de comunicação essa semana, e na vizinha espanha is jornais sensacionalistas do metro não param de perguntar quando será a sua vez. a imigração aparece como a causa, mas são poucos os que questionam o racismo e a política da integração francesa. a saída não é fechar mais as fronteiras: por acaso é diferente a morte de dois imigrantes tentando cruzar a fronteira em ceuta da morte dos dois meninos imigrantes eletrocutados perseguidos pela polícia em território europeu?

as políticas de proteção territorial e social criadas pela europa para manter a pobreza do lado de fora das suas fronteiras estão implodindo porque fazem parte da mesma política que gera a pobreza em paris, no brasil, na áfrica, na indonesia, nos estados unidos, no japão. como diz um leitor hoje no 20 minutos, na hora de fazer trabalhos "basura", são franceses; quando queimam carros são imigrantes.foucault teria muito a dizer sobre o fracasso do modelo de integração francês, mas ficamos com o que já disse: La ley sólo puede prohibir que el niño no concurra a la escuela, pero hacia dentro de sus paredes el poder jurídico-legal tiene poco y nada que decir.



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