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onsdag, september 22, 2004

um final de semana numa casa que virou familiar pela falta de familiaridade em quase tudo que não seja a minha própria casa: bastou isso pra eu voltar a sonhar todas as noites. e a lembrar dos sonhos de novo, coisa que já estava estranhando: sentindo falta.

e de repente sonhei acordada, em voz alta, com um casaco laranja de brechó. o horóscopo já me avisa faz tempo que não devo cometer gastos supérfluos. não cometi, mas só li o horóscopo de hoje depois. continuava lá a mesma ladainha. isso significa que na semana que vem deve mudar para algo como: agora é o momento de investir em você. só que o casaco laranja provavelmente não estará mais lá. e eu terei passado por uma lição budista de desapego.






faltam dez pras cinco. a tatiana passará às nove para buscar o cd com o cartaz do pedacitos, espetáculo dela e do alexandre, cuja produção ficou perdida entre a semana passada e essa por mails que não chegavam nunca. que nunca chegaram.



mandag, september 20, 2004

ninguém morreu: apenas chegamos ao fim e ao começo. uma etapa sempre dá lugar a outra e a coincidência é que mais uma vez fizemos uma visita a caty. catarina é um doce de pessoa que nos recebe sempre com muitos sorrisos, comidas deliciosas, uma cama pra dormir bem juntinho, elogios e mais elogios. vamos levados por nossos angeles, que antes de tudo terminar fizeram a oferta: onde quiserem, a gente leva. o menu teve peixe e arroz negro, duas praias lindas e um banho de mar com peixinhos a nadar. voltamos refeitos, e a noite anunciava que estávamos em casa outra vez. ainda moramos numa cidade.



torsdag, september 16, 2004


detalhe do cartaz d´ el milagro de candeal. a arte eh do estudio mariscal Posted by Hello





antes de deixar cuba, há mais de 40 anos, bebo valdés "era un hombre comun, no hacia nada". como bom descendente de africanos, era também um freqüentador de mães e pais de santo. numa dessas visitas ouviu que "para descobrir suas verdadeiras origens, tens que ir a são salvador, na bahia". aos 85 anos, por essas coisas que se chamam destino, bebo foi à bahia e me levou junto na viagem. nada foi por acaso: fernando trueba, que sabia da história de bebo, armou tudo e criou o pretexto que faltava para o seu milagro de candeal, filme sobre o trabalho sócio-musical de carlinhos brown. revelado ao público ontem pela primeira vez, foi o filme mais aplaudido que já tive a oportunidade de ver. era como estar em um show que faz o público gozar a cada música, a cada atuação. mais que isso, cada cena te põe lá onde a ação está, sem distância, sem pretensão, naturalmente. milagrosamente, talvez.

virei fã: do bebo, do carlinhos, do trueba, de candeal. pela música, sim, mas principalmente porque são pessoas lindas. só pessoas lindas poderiam ter feito esse filme.




onsdag, september 15, 2004

um belo dia resolvi mudar: a cor e o tamanho do cabelo. fiquei sem voz, ou melhor, rouca, durante o processo, que ainda não terminou. a cor precisa de reforço e uma tosse ainda me acompnaha. minha tese é que além da umidade - fichinha perto do que se vê em porto alegre e pelotas, por exemplo -, barcelona massacra os habitantes de pisos baixos e principais, como o nosso, com muita fumaça. não é sempre, mas quando o tempo se prepara para chover há dois cheiros possíveis que invadem a casa: ovo podre do esgoto ou gasolina-e-óleo-diesel. resulta que nos últimos dias acordei cantando capital inicial. e isso que voltei a sonhar, sonhos perdidos, já que ainda não voltei a lembrar. suponho que a síndrome de ulysses tenha algo a ver com essa ausência.

a síndrome de ulysses é outra tese, não minha, mas de joseba achótegui, psiquiatra e professor da universidade de barcelona. o ulisses em questão é o da odisséia, transformado em arquétipo da imigração pelo especialista em mentes de refugiados.

não cheguei aqui em patera ou a pé, que é como vêm os paquistaneses, por exemplo, não fujo de nenhuma guerra, busco uma vida melhor como poderia seguir buscando onde vivia antes, meu amor está ao meu lado todos os dias, minha luta pela sobrevivência seguramente é bem mais doce aqui que antes de vir. mesmo assim, não escapo de, algumas vezes, me sentir uma náufraga.

flavia virginia é cantora. filha do djavan, desenvolve um trabalho extra-trama, ao contrário dos seus pares ou similares filhos-famosos-da-mpb. mora em angola há ano e meio. para ela, a palavra imigrante não cabe nela: "sou uma cidadã do mundo". por acaso não somos todos?




tirsdag, september 07, 2004

gostinho de volta às aulas, com agenda nova e tudo.

ontem uma história inteirinha se armou na hora de dormir: já não sou capaz de recontar. ainda mais depois dos dois mil e quinhentos caminhões de lixo que arrasaram com a minha noite.




fredag, september 03, 2004

não foi uma sonho: minha "jefa" me liga hoje pela manhã, eu pronta para sair de casa. onde você està?, me perguntou antes de mais nada. e eu pensei "que raro!", mas respondi: saindo de casa, quedamos a las 12, ¿verdad?. a resposta foi melodia: "e se deixamos pra segunda? com essa chuva a estrada estará um caos. e não temos nada urgente. pode ser? repito: não foi um sonho.

ontem aprendi mais um truque com as cadenas: buterfly, acho que é esse o nome do movimento que se cruza na frente e em cima da cabeça. pratiquei até conseguir. mirando o mar, porque fica bem mais fácil.

as manhãs têm sido de chuva em barcelona. coisa rara, mas boa. não é à toa que já começo a ter vontade de ouvir vitor com sua ramilonga. mas por tabela tenho ouvido lila downs, que também é perfeita para dias raros.

me preparo para rir: tati e alexandre* se deram bem até agora. e vão apresentar um espetáculo hoje. coisa de palhaço.

*alexandre é um clown de pelotas que está de passagem e tati veio de porto alegre para barcelona há quatro anos. os dois se conheceram anteontem e em dois dias tinham um espetáculo ensaiado e produzido.



torsdag, september 02, 2004

esqueci o paraplus...



onsdag, september 01, 2004

tenho acabado os dias de formas diferentes na última semana. hoje acabei quase igual a muitos outros: na praia: teve massagem e não frescobol, fiz entrevista e não fumei, estacionei a bici em outro lugar e encontrei as mesmas pessoas com outras.

consu me aclara o porque do plural na pílula de ontem: era ela que também voltava de férias. fez efeito, amiga. e estou bem.

by the way, amarela escreve de londres. quando foi, ninguém fazia nem idéia de que o mail dos amigos brasileiros da fernanda seria uma chave pra ela conhecer a cidade como está conhecendo. compartilho, porque merece:
Gastados estos primeros días para apapachar y ser apapachada (léase un verbo que sirve para expresar cuando alguien te estruja por amor y no porque comparte el mismo vagón de metro a las 7 de la mañana de un lunes en cualquier ciudad), para comer como se debe, para reaprender el arte de consumir grandes cantidades de alcohol sin perder el estilo, la decencia y la dignidad... Para hacerme la muy culta y visitar museos gratis, cine, teatro... para hacerme la seria y asistir cada día, resalto CADA DIA, a la British Library a avanzar con la tesina, para caminar una ciudad extraña, para buscar trabajo hasta por debajo de las piedras... Hasta que lo encontré, gracias a Fernanda, una brasileña que vive en Barcelona que me dio el teléfono de Consu, una brasileña que vive en Londres, que me dio el teléfono de un barco que aparca en el River Thames frente al South Banc y desde el que mientras pulo trescientas copas de vino o me muerdo las uñas esperando a que llegue la hora de salida, me ofrece la posibilidad de escuchar bonitos y entretenidos conciertos multicultis de esos que gustan las metrópolis de presumir como propios pero que en realidad no son propiedad de ninguna nación sino de los trayectos...

o mexicano é uma língua preciosa. ouço de rabeira a mexico-canadian lila dows que o jorge acompanha, e bem. dame un beso y no te asustes, canta ela, porque el alma prende fuego.





setembro é fevereiro: voltei a trabalhar, depois de um belo mês de vagabundagem. desenvolvi minha tese - ainda não a do doutorado - de que a falta do que fazer me deixa tão perdida que muitas vezes acabo não fazendo nada mesmo. e a volta a uma rotina me deixa feliz (e agora lembro de ti, oh. by the way, poderias ter avisado antes sobre nossa visita?). posso fazer coisas nos horários em que não tenho que estar aqui, posso andar de trem outra vez, porque me gusta ler em trens, posso ter um horário flotante e um computador só pra mim. não que isso me provoque alguma angústia grave, mas jorge realmente passou a ocupar o computador e promete não largar tão cedo. só quando formos de vacaciones os dois juntinhos pra algum lugar e em algum tempo que ainda estou só sonhando. no ritmo que ele vai, vacaciones de 3 dias equivaleriam a um mês de descanso. e posso dizer: agora vou pra casa porque minhas 4 horas já se esgotaram.






livro de manuel, página 36
(...) me estoy dando de poatadas con lo que me rodea, o sea decidir de una vez por todas si es el momento de volver a poner el disco con pozession o si más bien debería contestarle dos líneas el poeta venezolano que me ha mandado un libro donde todo está como subrayado o ya leído, las palabras pulidas igualitas a picaportes de oficina, metáforas y metonímias patenteadas, intenciones tan buenas, resultados tan a la vista, mala poesía supuestamente revolucionaria, pero si no fuera más que esto, stockhausen o el venezolano, lo malo es la cuestión de los puentes que me traba el tiempo, tanto´lío con francine e ludmilla pero sobre todo la confusión por culpa de los puentes que viene a fastidiar a una altura de las cosas en que otros le mandarían al cuerno, ese deseo de no ceder ni una pulgada (...)

a leitura levou dois meses. e as últimas páginas são as mais duras. mientras termino, vou recompilar os trechos muitos e vários das páginas que dobrei já nem lembro mais porque. de certa forma o libro de manuela acompanhou esses dois meses de altos e baixos que também chegou ao fim com o fim de agosto. at least, i guess.





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