revista piloto-experimental magazine-revista experimental
mandag, oktober 31, 2005

passei a semana na companhia de "transgenderistas" e feministas. redatei num espanhol doloroso, faleicoisas que já não lembro e ouvi outras tantas sobre música eletrônica e que conho isso tem que ver com todo o resto. e tudo me levou a lembrar o que não esqueço.

sempre gostei das passagens, pontes, esquinas, caminhos. meu pai é o que aqui chamam engenheiro de pontes e caminhos, e eu gosto desta definição. pois sou uma periodista-feminista que gosta de pontes e caminhos, esquinas, portais, passagens. gosto de buscar e de inventar definições, explicações, notas de rodapé. e gosto do trânisto, especialmente aqueles das fronteiras: "a boundary is not that at wich something stops but, as the greeks recognized, the boundary is that from wich something begins its presencing" (martin heidegger, 'building, dwelling, thinking').

nos próximos dois dias tenho encontros marcados com ulf hannerz. em meio a uma leitura de última hora de um texto inédito sobre as duas faces do cosmopolitismo (política e cultura), tive tempo de conhecer um yate de última geração. não era dos mais bonitos expostos aqui na frente de casa, e eu também não pagaria paa isso, mas matou minha curiosidade. morar num barco é um sonho para quem gosta de portos (havia esquecido de mencionar os portos).

a conexão entre a unisinos e a uab agora parece que vai ficar mais visível. denise, nicolas e efendy estão fazendo um belo trabalho sobre meios e migrações. pena que a perspectiva trans ainda não está devidamente incorporada nos resultados.



onsdag, oktober 26, 2005

desde ontem, os pescadores de barcelona se uniram à greve geral dos pescadores espanhóis. reivindicam que o preço do diesel baixe a 0,30 centavos e mais proteção para o produto nacional, já que atualmente 60% do pescado consumido na espanha é importado de países como canadá, noruega e chile. também pedem que se abra a possibilidade de contratar estagiários para os barcos, já que muito pouca gente se interessa pelo ofício a ponto de fazer todos os cursos que os ministérios exigem. a greve está sendo um exemplo de organização dos trabalhadores da pesca, e desde ontem o acesso ao porto de barcelona está fechado, como já ocorre em tarragona há quatro dias. os preços dos peixes começam a subir e o comércio em geral estima em 3 milhões de euros diários as perdas provocadas por esta ação. o salão naútico, que abre oficialmente hoje, tem vários barcos impedidos de entrar e o mesmo ocorre com os barcos de passageiros que atracam aqui. palmas para os pescadores.

eu não estou em greve, mas este blog será pouco atualizado esta semana. o motivo está aqui.



torsdag, oktober 20, 2005

na pia a louça suja me lembra da roupa suja na máquina de lavar. itamar assumção, por mim.

kriss y anna han empezado el programa con alguna hora de retraso. pero bueno: que horas são aí no brasil? e na áustria? áfrica, japão, istambul?

parou de chover, mas cidade de praia é sempre uma cidade úmida. porto alegre não é uma exceção

mrs. dalloway said she would buy the flowers herself. hoje descobri que vendem olivas recém-colhidas, verdes de verdade, para que prepares tu misma/o tus propias aceitunas. cada vez que vou à carme miranda, volto com novidades. outro día aprendi que posso fazer as mesmas alcachofras de forno pero no fogo, e que além de ser mais rápido, as flores ganham uma salsa mucho más rica. que ademas se la puede utilizar en casi todos los

platos a la plancha

(neste caso, serão alcachofras)

corte dois dentes gordos de alho (os provençais ralam nuns pratinhos que s. levou de presente) e um maço de salsinhas, igualmente gordo. "mezclalo" todo y aparte.

lave as alcachofras e quando estiverem quase secas, abra suas pétalas (a andaluza me demonstrou assim: pegou as alcachofras pelo talo e dále que te pego! al estilo plantita mala, plantita mala...). o que ainda me falta é técnica para escolher as melhores plantas, porque é bem melhor quando elas não têm os horrorosos pelinhos pontudos que nem o queixo da sua tia-avó, e que vc torce para não ter herdado).

o procedimento é fácil: numa panela, ou cazuela, calientas el aceite y hechas primero las alcachofas, y luego la sal, el mezcladito ajo-perejil, y unos chorritos más de aceite, ¿ai que si? tape la cazuela. o barulinho também é uma delícia. mas aconselho fechar as portas que dão para os quartos. e abrir as janelas, ligar o exaustor, enfim, use com precaução. e prove também com sépia, camarões (neste caso, use também limão, nem que seja só a casquinha ralada), arroz (o azafrão é indispensável não só pela cor e o grana padano faz com que a salsa seja quase um pesto, que também se pode fazer com rúcula e é uma delícia), sardinhas e outros peixes de tapas.





minha "ermã" chega hoje:-)
direto de londres e paris. é chique, ela, né?



onsdag, oktober 19, 2005

n. pensava na sua insignificância enquanto o. ouvia suas histórias com olhos atentos. as duas se surpreenderam ao mesmo tempo: o reencontro havia rendido um almoço de mais de quatro horas e duas garrafas de vinho. o. tinha muito o que contar: o despido da loja de departamentos lhe havia proporcionado mais dignidade do que supunha, e tudo o que havia passado antes mesmo de ser contratada, há mais ou menos quatro anos, ganhava outro sentido no decorrer da conversa. saíram do restaurante cambaleando, e com a certeza de que nada mais era insignificante.



tirsdag, oktober 18, 2005



novo blog no ar: ainda preciso adaptar o logo, mas por enquanto deixamos assim "apretadinho". entra pra entender de que vá!



fredag, oktober 14, 2005

30 mil subsaharianos estão dispostos a arriscar a vida para seguir vivendo. os dados são de uma comissão especial da ue descolacada ao marrocos na semana passada acompanhar a expulsão massiva de 600 imigrantes na fronteira espanhola com este país. para quem não acompanhou, o resumo é esse: duas pessoas morreram na madrugada do dia 29 de setembro em ceuta durante o que se chamou uma tentativa de entrada massiva através da vala que marca o limite da cidade autônoma de ceuta com o marrocos.

o que pode soar como uma contradição, e o mundo está cheio delas, para essas pessoas significa deixar uma vila devastada por uma guerra civil que desconhecemos, em um continente que morre de fome, de aids, de ébola, de miséria, de uma exploração histórica e negada pelo mundo branco.

no dia 6 de outubro, o jornal el país publicitou um áudio com as conversas mantidas entre a guarda civil espanhola e seus comandos. o mundo está cheio de contradições. mas é foda quando essas contradições resultam na morte de pessoas inocentes.



torsdag, oktober 13, 2005

faz tempo que está , mas só hoje me dediquei a ler de cabo a rabo. (o catalão é uma língua que me exige mais paciência, e nem sempre se me sale. e mesmo em letras miúdas e verdes e dizendo ser anti-feminista, sergi não perde a graça. lá pelas tantas, larga essa ótima sobre as páginas de "psicologia" das revistas femininas: a les adolescents els preocupa la primera vegada, a les més crescudetes els preocupa aconseguir que la parella ho vulgui fer més d'una vegada al mes, i les jubilades pregunten si després de cinc anys de no tocar el tema, tornen a ser verges i s'han de preocupar un altre cop per la primera vegada.)

acho engraçado que as pessoas ainda se surpreendam ou se sintam como que "ofendidas" quando alguém se assume como feminista. uma prática cotidiana de poder com perspectiva de gênero não faz mal a ninguém, se é que me explico. acho até que é bem natural: você não é nada sem suas opções.





coisa rara: não pára de chover.



mandag, oktober 10, 2005

last fm. tipo, você não vai querer ouvir outra coisa. pelo menos por algum tempo...



fredag, oktober 07, 2005

finalmente um revival com sentido. the beatles estão soando na rádio 3 hoje todo o dia. bom, pelo menos todo o período do dia em que escutei rádio hoje. nos outros dias, beatles soaram no meu ouvido como trilha sonora da jornada. o trem e a bicicleta e os pés como meios de transporte. here comes de sun.

falar em sun, o dia na rua está precioso. um céu azul limpo de qualquer nuvem, onde os aviões são a única alma viva visível (uma amiga holandesa comentava que o aumento dos vôos baratos tem contribuido para a poluição do ar, e cidades como barcelona certamente são das mais afetadas: não há um momento que não se veja um avião cruzando os céus. eu não duvido, mas ainda assim penso que é bom ter essa possibilidade de se mover. deixemos de ser cartesianos: o mundo é feito de contradições).

no mar estão os barcos. ao fundo, grandes navios transportam sabe-se lá o quê a mundos conhecidos pela televisão. mandam mercadorias e recebem pessoas. por ar, mar e terras. o imaginário está cruzado por essas conquistas, e outras das quais já não temos memória. cuaderno de bitácoras de las ciudades invisibles: bien, puede que sea cierto (...) quiero ver la utopia, quiero alcanzar el sueño en permanente fuga que vamos persiguiendo. seguimos navegando...(...)

o céu e a boca estão cansados de tanta sujeira. mas jericoacara foi minha ciudad invisible da semana. e esse cavalo amarrado em bicicleta é só uma das referências que me levaram até lá. uma outra foi a foto da árvore no meio da rua principal, com o cachorro sentado onde em outro lugar seria o sítio para uma rotatória, recuero de uma amiga do colega de trabalho. e a cotidiana são as garrafas de plástico acumuladas em todos os lixos, inclusive o lixo na beira da praia grande de jericoacara, cidade que recebeu a luz elétrica no ano de 1999, aproximadamente.

achtung, baby: esse post está publicado praticamente sem revisão. do português, nem se fale.

falar nisso, conhecemos a anlene demadrid e seu tourero, como ela diz, que na verdade se chama antónio (com acento?), e tem um blog ainda secreto. não tenho adjetivos para falar deles, ainda menos depois de acabarmos de os despedir. como o bom da vida são os recuerdos, não esquecerei o almoço dessa sexta-feira que deu o tom das sextas-feiras ideais. como diria o matuto capixaba, só tenho do que agradecer.





nunca imaginei que um filme chamado quem matou walter benjamin? pudesse lotar um cinema. mas lotou. e eu cheguei tarde demais. a película está selecionada para o festival de sitges, que fica aqui do lado. de repente, pode ser uma boa desculpa para passear pelo pueblo mais gay da costa do sol de novo.



onsdag, oktober 05, 2005

do outro lado do charco a vida parou, e agora espera. o choro é solto, de uma nena de mais de 90 anos, e antes de ouvir desato o nó e solto as minhas lágrimas. a vida segue, sempre segue, e a comida no fogo reata o laço enquanto fica pronta. o sentimento não é capaz de provocar o choro, e eu também espero.

alice vieira e catarina fonseca fizeram um trabalho comovente em se perguntarem por mim digam que voei. realismo fantástico feminino, o livro escrito pela primeira e ilustrado pela segunda conta a saga de duas famílias de um povoado português, "no fim do mundo", a través das suas mulheres marias e assunções e perpétuas, joana ofélia, olinda dulce, letícia e demétria, carlota e delfina. os homens que passaram por elas -john michels, pedros, armandos, josés, olvaldos- falavam pouco, e os três que levaram nome de imperadores só vieram ao mundo para rebatizar a quinta do freixo, a casa que juntou as duas famílias da história: a casa dos três anjinhos. o choro brotou em vários momentos, quase sempre enquanto eu estava no trem.





quem matou walter benjamin? é o título do filme de amanhã na filmoteca.



mandag, oktober 03, 2005

radio alice, o filme, levou os prêmios de público e crítica do primeiro festival de cinema político de barcelona e com isso provavelmente garantiu o que nem o diretor esperava: muito provavelmente, lavorare terá distribuição por aqui. se isso acontecer, josé pablo e o instituto francês também terão o que comemorar. nós comemoramos ontem, com todos os pesares que não têm nada a ver com o tema. tinha vinho e cava, e calamares a la romana.



søndag, oktober 02, 2005

tenho bons e maus motivos para deixar o domingo quase livre. não entrarei em todos os méritos, mas tampouco acho que importem.

lavorare con lentezza era o lema dos fundadores da radio alice. é também o título do filme sobre a rádio livre de bologna, fundada em 1975 e destruída pelos carabinieri no ano seguinte durante um confronto que resultou, entre outras coisas, na morte do estudante francesco forusso, "25 anni, militante di lotta continua". o filme de guido chiosa não está comercializado fora da itália, e segundo o diretor, nem será. bancado pela produtora medusa film, a mesma dos dreamers de bertolucci - filme com o qual guarda semelhanças estéticas -, radio alice estreou ontem em barcelona, em sessão única.

ao final da projeção, um panfleto me levou a conhecer mais uma radio livre de barcelona: radio pica.



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