então. no mundo real, sábado, aí pelas três da tarde, na parte de trás do auditório araújo viana, rola a festa de dois anos do jornal boca de rua e da ong alice (agência livre para a infância, cidadania e educação). criado por três jornalistas – james görgen, clarinha glock e rosina duarte -, o boca de rua é um dos três eixos da alice: olhos para ver a realidade da mídia, ouvidos para ouvir outros jornalistas sobre o tema infância e a boca, para "dar voz a quem não tem voz" na mídia. o jornal é feito a partir de relatos de meninos e meninas sem teto, sem escola e sem comida, em cima de temas definidos em pauta. o que eles contam nos debates é editado pelos três jornalistas, que se preocupam principalmente com a transcrição literal da opinião dos colaboradores - atualmente, entre 15 e 20 jovens. "o jornal não tem redação, só edição", conta james. o boca de rua é bimestral, vendido a 1 real nas esquinas de porto alegre e na lojinha da usina. a tiragem de 3 mil exemplares conta com uma bolsa auxílio de 2 mil reais da ong norte americana ashoka empreendedores sociais, além da diagramação voluntária de cristina pozzobom e da impressão doada pela fundação maurício sirotsky sobrinho. a arrecadação da venda é repassada aos colaboradores.