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fredag, maj 28, 2004

Não deveria estar escrevendo um post agora: meu chefe está estrategicamente ubicado atrás de mim. Sou uma becária, e isso pode ter muitas interpretações. A minha é que o problema é dele: se não me passa trabalho, não tenho mesmo o que fazer. De repente me passará alguma tarefa urgente, para ontem, como se diz no Brasil, e o que aqui, na burocracia universitária catalana, significa para daqui a uma semana ou duas. Problema dele, mais uma vez. Como becária tenho minhas vantagens (e desvantagens, que não vêm ao caso agora), e uma delas é que hoje é meu primeiro dia de trabalho essa semana. Os outros quatro passei ?dialogando? no parque de diversões da cultura, também conhecido como Fórum Universal. Ouvi Jesús Martín-Barbero, catalão a confirmar de origem e colombiano por opção, dizer que os imigrantes estão devolvendo a diversidade cultural à Espanha e à Catalunya. Falou isso com ênfase, e irritou algumas pessoas. Mas aquí o povo se irrita e agradece: com todo o seu imperativo, tentam ser politicamente corretos. Fazem o papel que lhes cabe.


Brasileiros somos brasileiros, não latinoamericanos. E devemos isso ao futebol, ao carnaval e às mulatas, e também à origem desses três estereótipos: as favelas, ou seja, à miséria que nos faz tão latinoamericanos quanto a argentina deseuropeizada, o méxico das maquileras e a colômbia dos narcos e paramilis. Na exposição Veus (Vozes) do parque de diversões das culturas, a brasileira que representa a língua portuguesa é uma mulatinha de seus 12 anos colocada num cenário de fundo, algo como a favela do Vidigal no Rio. A catalã é uma senegalesa da mesma idade e ainda mais negra. Acho que aí temos algumas pistas sobre o ideal cultural, sempre político, catalão. Uma é que a diversidade pode ser simplificada como sinônimo de cor, de preferência negra e o mais próxima possível da ?diversidade? brasileira; a outra é que o catalão é uma língua capaz de integrar a diversidade e dotar de identidade todos e todas que vivem aquí. Posso estar exagerando, e superinterpretando as intensões de a Catalunya se parecer ao Brasil, mas o prefeito Joan Clos como destaque no trio elétrico do Carlinhos Brwon, o jogo contra a seleção ? que deixou muitos catalães mais felizes que se o resultado fosse 5 a 2 a seu favor ? e uma matéria com o título ?Brasilona? me fazer ao reconsiderar minha hipótese.

Sem poder e sem me sentir à vontade com o chefe no cangote, tive tempo de escrever tudo isso e ainda fazer alguns ajustes de ?estilo?: não sei se me alegro ou fico triste com isso.

Ah, e esqueci de dizer que já tive tempo de fumar dois cigarros e tomar um tallat na máquina ali de baixo. Vou para o terceiro e logo ao almoço e uma longa tarde me espera. Sim: mesmo sem ter trabalho, o tempo se recupera. Mais patético que postar na sbarbas do chefe seria ficar bocejando na frente da tela. Próxima parada: iorgute.




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