regalo de navidad: meu blog de volta, com updates e firulas novas.
gracies monamour!
frio não chega a fazer nessa cidade. mas eu tô feliz que só que terei férias no verão outra vez. e outra. mais um regalo de navidad.
gracies jorge e leda!
dois minutos é o tempo que preciso pra contar o que faltou: sonhei com um elevador de wong kar wai, verde e com poltronas, e com a casa nova do paulo. sonhei com abraços e lágrimas de alegria. acabou meu tempo.
eu tenho certeza quase absoluta que 50% das espanholas são cabelereiras. aposto que as estatìsticas não ficam abaixo desse dado - acima é bem provável. mas minha constatação está nas ruas, especialmente depois de sair de uma sessão wella exclusiva para peluqueros - ou perruqueros, com es diu en catalá. o perfil típico estava ali e não nega o que se vê pelas carrers: cabelos com mechas de todas as cores, preferentemente vermelhas - que foi como saí de lá. meu medo é esse: agora vão me confundir com elas. porque esse é o típico cabelo da cabelereira espanhola: com mechas, preferentemente vermelhas. o que me salva é que não levo maquiagem - rimel e batom não contam, viu? e que meu cabelo está mais curto que o do jorge - em geral os cabelos de peluqueras são medias melenas, bem desfiados por baixo e com um capacete cobrindo o topo da cabeça. e é sério isso: metade das mulheres espanholas são cabeleireiras. a cultura foi exportada pelos espanhóis que foram para a república dominicana, e agora elas estão voltando pra fazer a concorrència aqui. no caso das imigrantes dominicanas eu diria que todas elas são filhas, netas, primas ou irmãs de cabeleireira. vão com uns peinados impressionantes. coisa que nem as espanholas sabem fazer - até porque cabelo crespo - rizado - aqui é coisa rara que a wella está tratando de introduzir no mercado.
chamo a assessoria de imprensa para pedir acreditaciones. es que estamos preparando un reportage sobre música española contemporánea y me piden para cobrir el concierto del 22 en barcelona. ¿quieres entrevista? pues venga, puede que si. dois minutos depois toca o telefone: do auditori me perguntam se posso trabalhar amanhã. na cafeteria. deixamos pra quarta, porque amanhã sou becária na universidade. com que roupa, hein?
o elogio à preguiça dos tempos pós-modernos tem tom de livro de auto-ajuda e poderia ter sido escrito por um norte-americano. dificilmente seria obra de um espanhol ? apesar da siesta e da burocracia, presente até na linguagem, os espanhóis jamais assumiriam sua própria preguiça. um brasileiro tampouco faria: desacaramento demais, e só reforçaria uma imagem já estereotipada. pois eis que a tarefa foi executada por uma francesa, corinne maier, e com todo o cinismo permitido pela língua que segundo hemingway é a língua da diplomacia. bom dia preguiça (en castellano ?buenos dias, pereza?, península, e em catalão, ?bon día, mandra?, edicions 62) está baseado na experiência pessoal da autora, psicóloga e economista e funcionária da eletrecitè de france (edf). por trás das dicas sobre como não trabalhar e parecer eficiente, corinne traz à tona uma teoria sobre a falência do capitalismo: el capitalismo está generando burócratas absurdos, diz ela em entrevista ao jornal la vanguardia, al estilo del viejo comunismo. y las empresas van plagándose de inútiles (?) el asalariado es la figura moderna de la esclavitud. despierta: ¡dedícate a tí, no a tu empresa! sim, o livro é um sucesso de vendas e corinne segue trabalhando edf. trabalhando cada vez menos, que se diga, e ganhando cada vez mais. às custas da firma, claro: utilizou até mesmo as ameaças de demissão que obviamente vieram depois do lançamento do livro para fazer marketing. em menos de um ano, "bonjour paresse" virou um best seller na frança.
um feriado chuvoso de três dias - o final de semana não conta porque agora tem trabalho - está sendo a desculpa perfeita para comer ainda mais madalenas. e hoje teremos panquecas recheadas com queijo de cabra e espinafres a la catalana.
me dou ao luxo: serão os únicos dias de descanso até eu chegar, e então serão 20 dias mais. mas até lá, vaya! o cômico é descobrir que te llevas bien con la bandeja.
hemingway se puxou nos detalhes sórdidos do que foi a guerra civil espanhola. por quem os sinos dobram é um relato de detalhes mínimos sobre o que aconteceu nos pueblos - y quien no ha visto el movimiento en los pueblos no sabe de que va la guerra. muy atento a los costumbres de la gente, hem também dá belas demonstrações sobre o modus hablandis dos espanhóis, recheado de palabrotas en que coño é coisa que se diz para niños com a maior naturalidade do mundo, e seu modus bebendis - borrachos estaban todos siempre cuando pasaban los aviones en el campamiento.