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onsdag, juni 30, 2004

os gerânios enchem a janela com flores que trazem sorte, o lírio da paz gera trigêmeos. vizinhos tomam ar na varanda. o catavento gira para os dois lados.



tirsdag, juni 29, 2004


el equipo Posted by Hello



lørdag, juni 26, 2004


faz calor. são sete e meia da tarde e faz sol até 9h30. da tarde. everybody´s surfing now.  Posted by Hello



fredag, juni 25, 2004


foto: jorge penny Posted by Hello





barcelona é uma cidade onde se socializa mais no verão. isso deve ser verdadeiro para muitas cidades, mas. o verão aqui começa oficialmente com as fogueiras, diables e fogos e petardos em são joão, e termina com os dracs pelas ruas de gràcia na sua festa major. a festa de quinta-feira se traduzia em madness para os británicos do catalunya today, jornal diário gratuito feito por e para ingleses (hoje a manchete era o aumento da habitação subsidiada na capital do país dos catalães, coisa que deve preocupar os inversores saxões, incluídos os do continente que buscam as illes balears: mayorca, terra da camper, é territoório alemão, pelo menos do tantto de vista econômico. mas tudo isso são outras histórias...).

enfim, verão em barcelona é madness para que torcem pelo time eliminado ontem pelos melancólicos portugueses, em interpretação do filipão. é assim que ingleses, escoceses e alemães em geral vivem barcelona: como uma loucura, uma eterna fiesta, do mesmo jeito que se vê, e aí os catalães estão incluídos, nas praias do nordeste brazuca. não é à toa que para os 3,5 mil braseliros registrados pelo serviço de saúde catalão - 5 mil segundo dados extra - verão é um pouco como casa.

vendemos mais ou menos 15 litros de caipirinha das 00:00 às 3:00. passaram pela gente velhos tarados, jovens italianos e italianas fascinados por sermos brasileiros, catalães treintaneros querendo nos entender, outros incrédulos, guiris de todas as partes interessados em beber muito, e alguns brasileiros de férias.

no 20 minutos hoje havia um resumo das festas de são joão por toda a espanha. em valência, especialmente, a impressão é que o paganismo é a religião oficial. pelo menos foi a sensção que tive vendo a foto de um homem caminhando sobre brasas e carregando na garupa um outro, disfraçado de mulher. a revetlla de são joão, ou verbena, e eu ainda não entendi muito bem a origem das palavras que definem este revellión de verão, porque o do inverno nem existe, é um momento de purificação. o fogo que ilumina a noite mais curta do dia mais longo do ano - porque tradicionalmente é a festa do solstício de 21 de junho, mas que com o cristianismo foi transferida para a noite do santo mais próximo, é o mesmo fogo com que se queimavam os móveis dos mortos, o fogo do sol, do calor, o fogo da tentação dos diables, enfim, o fogo com todos os seus antagonismos. onde há mar é também o preparo para o primeiro banho de mar do verão, o banho da limpeza (se bem que com a sujeira que ficam as praias, só estando muito animado!).

a socialização do brasil por aqui se dá nesse clima. isso, além do ronaldinho, claro, ajuda a explicar as muitas camisetas da seleção canarinha que se vê pelas ramblas, o carnabalona das 400 mil pessoas - 100 pessoas por brasileiro que vive aqui, a batucada nas praias e nos parques desafiando os cartazes de proibido instrumentos de percussão. mas também tem o lado mais íntimo, a vida cotidiana, o mercado, lojinhas, a música: aquarela do brasil no andaime do trem, garota de ipanema e felicidade nas ruas, programa fixos na rádio 3 e shows no la paloma, luz de gás, biquini, no festival grec, daniela mercury e tom zé no mesmo forum...

lucramos 100% sobre a venda das caipirinhas. e o povo ainda queria mais!



tirsdag, juni 22, 2004

na minha onda latina, me deparo com as arepas colombianas. polenta em forma de bolinho. se não fosse a internet, eu ia comer polenta frita ou então assada no forno sem técnica nenhuma... vou ali terminar a receita e já conto como foi.

e não é que funciona?






 Posted by Hello


os cabelos da foto são da amarela. já falei dela: tiene siempre los ojos morados. me contou como foi o desalojamento da catedral, há duas semanas. ela é parte de uma assembléia que durante seis meses teve 35 membros e em menos de um mês semanas se viu composta por 1.700 pessoas, uma grande maioria de paquistaníes, mas também muitos africanos del magreb e do subsahara. essas 1.700 pessoas se organizaram como puderam durante esse mês para se encerrar em duas igrejas, a catedral de barcelona e a igreja do pi. os padres deram apoio: a causa era pedir uma anistia, papeles para todos, coisa que aconteceu na catalunha em 2001 quando havia 300 mil imigrantes considerados ilegais no país do tripartite. hoje são mais de milhão. a organização sabia que não conseguiria os papéis, mas não imaginava que zapatero daria carta branca para o desalojo e a conseqüente expulsão de 15 chivos expiatórios. pior: as organizações que em 2001 promoveram o encierre nesse momento caíram de pau na assembléia da amarela. e com motivos: com o partido socialista obrero no poder, é prudente, segundo essas associações, negociar: legitima o poder.

estou lendo palestina, do joe sacco, outra vez. mas lá pelas tantas me dou conta que não é a mesma versão que li em português. há coisas que não estavam lá. e lendo o prefácio do edward said as coisas se me aclaram: há duas versões da edição final: uma em dois volumes, que é que li pela metade no brasil, e essa outra, em um só. dessa vez, há paralelos importantes a fazer: afinal, na única democracia do oriente médio que é israel, a tortura é institucionalizada, legalmente aceita e com diretrizes secretas. um dos relatos fala muito sobre o que veio à tona sobre abu gharib, no iraque:

"fue durante la época del puño de hierro, durante la política de ´huesos rotos´. nos vendaro los ojos, nos esposaron y nos golpearon en el autobús. cuando nos apeamos, nos hicieron pasar entre dos hileras de soldados que nos golpearon. a dos prisioneros les rompieron sendo brazos. luego nos ordenaron que hiciéramos ruidos de animales y ruidos como el del tren. nos golpearon hasta que accedimos a hacerlo. los soldados estaban de barbacoa por ahí cerca, y también había mujeres soldado."






pois tenho esse novo brinquedo e aos poucos vamos descobrindo suas mil e uma utilidades. há duas, de hecho: um mesenger para trocar fotos em boa resolução - e de alguma forma ainda não identificada também permite o juguete com a webcam e tal - e para publicar fotos aqui e aqui. por lo tanto, tentarei ser seletiva, aunque me parezca muy dificil cuando se tiene un nuevo juguete entre las manos. imagens são imagens, pues. e tenho montes delas no computador. e, oh boy, a tentação de despejá-las com tamanha facilidade é grande. vou me controlar dentro do possível, até porque hay más que hacer.

amanhã é noite de são joão. quinta é feriado de são joão. isso significa uma festa que não acaba ao amanhecer do dia seguinte. menos ainda para quem mora a caminho da praia, onde haverá fogueiras e quinhentas festas simultâneas. e já temos informações estratégicas: poderemos vender caipirinha até as seis da manhã, se tivermos cachaça para tanto. até essa hora, nos contou um mosso de esquadra, a polícia fará vista grossa aos ambulantes. cruzem os dedos, pois.

(esse mesmo mosso, depois de muitas caipirinhas: "!quien no bebe, no fuma y no folla es un jilipollas*!")

*asshole na tradução espanhola é jilipollas, que para mim soa e diz o mesmo que trouxa. odeio ambas.

 Posted by Hello


foto: jorge penny. o cenário estava montado num beco perto da carrer escudellers, bairro gótico.



lørdag, juni 19, 2004


tá vendo o fogo? é pra passar por baixo. aconselha-se proteger os cabelos. festa dos corais humorísticos da barceloneta, um autèntico carnaval. com pega no ganzê e mamãe eu quero. Posted by Hello






o charco Posted by Hello





novidade



torsdag, juni 17, 2004

a maioria agora no fórum parecem ser os argentinos. estão por todos os lados.

ei, os que quiserem ouvir minha voz, que continua a mesma, me passem seus telefones: posso chamar daqui e de graça.

amanhã tem sonar. começa hoje, perdi o prazo pra me acreditar. mas amanhã tem. vou ali resolver isso e já volto.




onsdag, juni 16, 2004

quero ver irene dar sua risada. eu quero ir ver irene rir.

termino píldoras azules na poltrona vermelha. tomara que você volte depressa, tomara que a tristeza lhe convença, e a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais. canta maria creusa, num show em buenos aires. um charco e uma vida. e esse livro realmente me fez chorar. e deixou um vazio. impressiona e a pergunta que fica é como?

no trem ia gustavo. saquei o livro depois de algumas palavras. ele cansa. sorte que ele dormiu até grácia. chegando aí me perguntou: ¿que? ¿es todo de muñequitos? se referia ao meu livro, que na cabeça dele não passava disso. não perdi tempo enseñandole citas. enfim.

plaça catalunya, segunda rua pela rambla à esquerda, e estou perdida por ruas que conheço e que nunca sei onde vao chegar. em um determinado momento não sei se subo ou baixo. quebra aqui, ali e me deparo com uma loja hiponga, numa rua em reformas. o peruano me vende uma calça de pescador tai, um massageador de cabeça também conhecido como orgasmotrôn, e uma caixinha de insensos: encontrei os que eu queria, mas aqui eles vêm em caixinhas amarelas.

o disco é vinicius de moraes en la fusa con maría creuza, maría betania y toquinho. achados bibliotecatórios.





odyr tá de casa nova. a consu, desde mais de uma semana. e o pablo só não se mudou ainda. eu tô esperando, mas tenho paciência. e consciência de que em casa de ferreiro o espeto é de pau.

hoje saí com píldoras azules embaixo do braço. coisa do meu cavaleiro ferreiro, um rato de biblioteca. na hora achei que seria uma boa descansar do jimmy corrigan, que é pesado em todos os sentidos possíveis. mas o livro, do suíço frederik peeters só é leve na aparência. ingenuidade outra vez: só isso explica que alguém espere que a autobiografia de um quadrinista seja alguma coisa próxima da leveza. vim no trem engolindo choro. e vou voltar pra casa da mesma maneira: impossível deixar pra depois.



tirsdag, juni 15, 2004

sorte que não tinha nada mesmo pra fazer no rectorat: trabalhei em outra coisa e ainda tive tempo de chegar quando meritxell e anna durita tocavam o interfone do primeiro primeira. não iam me achar nunca se eu não tivesse chegando junto com elas. fomos provar o kayku. a terraça não rolou. vento que fazia o mar ondular pros dois lados a la vez. nos deram uma mesa para sete, não importa que éramos três: já era tarde mesmo, mais de três e meia. mas fomos ficando até as cinco e meia. o restaurante fechou com gente dentro, o fideuà estava muito bom, apesar da carne, mas era a primeira vez e tinha que provar com tudo. acompanha um alioli, molho típico catalãi que no brasil se traduz por maionese ao alho e óleo. minhas tias, todas por parte de mãe, são especialistas em alioli e nunca estiveram na catalunya.

orkutando, encontrei o vitor e seu blog. acho que ele trabalha com a denise na unisinos, já vou perguntar. e isso me lembra que ainda tenho uma pendência antes de começar a pensar e ganhar a vida no verão: duas entrevistas. acho que vou falar com a mariana. ela parece legal e a fim de contar sua vida de imigrante que vai instalar uma antena parabólica para ver como anda a bulgária, mas aqui da barceloneta. ela odeia a bulgaria. e tem um filho de cinco anos que mora lá.



mandag, juni 14, 2004

estou sem chefe até quarta e isso, para uma becaria, significa que nao tenho trabalho. minha amiga maria, que é chefe de estagiários, que o diga: é um perigo deixar essa gente sem ter o que fazer. no meu caso, passarei minhas horas vagas no orkut, nos corredores do reitorado e falando bobagem. poderia também aproveitar para botar alguns projetos em dia. bom, até quarta dá tempo.

eleicao em que a centro-direita ganha virou castigo: é o que dizem hoje os jornais sobre o que ocorreu no parlamento europeu. eu nao votei, por um dos motivos que a consu verificou, mas também porque o consulado italiano nao deixou muito claro se pagaria ou nao minha passagem para conhecer arzignano, terra dos meus antepassados de quem nem trago mais o sobrenome. mas o que ia dizendo: centro-direita nao é castigo para os governos europeus: é castigo para o povo. centro direita quer dizer que o blair, mesmo tendo perdido, ganhou forca para sua esquecida proposta de terceira via, o que é quase igual a centroesquerda, que é o que ouco por aqui sobre o que o lula vem fazendo aí. centro-direita ou centro esquerda sao cor de laranja, refletem a indecisao, a falta de definicao sobre o que é esquerda e o que é direita: será que o caminho está aí, nessa indefinicao? talvez seja o comeco do fim do nosso cartesianismo. acho que tudo o que eu disse sobre o tema deve ser desconsiderado.

tem um pub irlandes ao lado de casa. ontem tinha jogo, nao me pergunte qual. o bar, lotado: homens, mulheres e criancas, todos vestidos de beige e com a pele vermelha. alguns de sol, outros de cerveja mesmo.




søndag, juni 13, 2004

o verão chegou e agora temos um catavento na janela.



torsdag, juni 10, 2004

tem suas vantagens: duas caixas de chocolates ao lado do fax. mas hoje a cabeca dói desde ontem, assim que é prudente me controlar.

ontem depois de uma reuniao política (hahaha), com direito a espias nervosos e tudo, o alfonso me comentou: estoy vendido para el fórum! falou isso porque vai de graca quando quer e ainda pode usar o telefone para chamadas internacionais.

tom ze e bebel gilberto sao possibilidades: nao nos deixam ir a todos os shows, especialmente os megashows. fotógrafos terao direito a lugar especial?

lo siento, estou fragmentada. a cabeca já explodiu, mas eu ainda me encontro dentro da burbuja. tipo tarcisio meira e nei latorraca.




tirsdag, juni 08, 2004

era pra ser um comentário la no cafe do odyr, primeiro porque não entendo muito de quadrinhos para fazer um post decente sobre o que pretendo dizer, e segundo porque ele deu a deixa: um longa autobiográfico e o e-mail da consu. mas mudei de idéia: em homenagem ao oh que ficou preocupado, tentarei demonstrar algo de sanidade (?) usando seus próprios parâmetros (?). enfim, o começo: consu e pablo vieram nos visitar no aniversário do pablo e trouxeram dois presentes do tipo melhor impossível na mala (e depois ainda nos mimaram mais): uma caixinha de incensos indianos que tentarei substituir pq só me resta um palito e um livro gordo que levou o guardian prize em 2001. uma graphic novel: the adventures of jimmy corrigan, the smartest kid on earth. official paperbound apologue. e era sobre esse livro que eu gostaria de falar, mas me faltam elementos e sobram elogios: o desenho é tudo, o texto é booommm, e o melhor de tudo é o conjunto, i mean, a edição + a história + os desenhos + a história ao redor da história. o cara, e aí está a falha mais grave (ou não), porque eu não descobri o nome do cara, talvez seja jimmy corrigan mesmo, talvez ele não diga o nome por motivos artísticos, já pensei em mileumas possibilidades, pois o cara conta a história da vida do jimmy corrigan, seguramente com muitos elementos auto ou no mínimo biográficos... ah, o google: chris ware, seguramente um ídolo dos comic freaks, a quem eu peço desculpas pela ignorância até o momento. o google tb ajuda a completar raciocínios: para não dizerem por aí que eu deliro, o primeiro link é para uma review da universidade john hopkins assinada por erik ketzan e o que importa é que diz o que pensava que poderia ter dito para explicar porque todas essa conexões entre pelotas e chicago, com escalas em londres e aterrissagem na ensolarada barcelona (pelo menos o meu roteiro passa por aí, a ordem já não sei se importa): Jimmy Corrigan derives its appeal from an equation of alienation, sadness, loneliness, and other such feelings that similarly made Radiohead's "Creep," Beck's "Loser," and The Doors' "People are Strange" into outcast anthems. It's pure gold?the reader feels Jimmy's quiet, pathetic desperation. a frase seguinte merece ser lida na fonte pelos que já chegaram até aqui. e eu paro, porque o google me derrubou: mais textos aqui e aqui e aqui para uma imagem. (mirando bem, o nome de chris ware está bem visível aqui na etiqueta...)

a nossa edição é a cópia 58.463 da edição inglesa que contém 3072 desenhos e 47.339 palavras em 380 páginas e isso é tudo que pude encontrar até agora sobre a bibliografia.



mandag, juni 07, 2004

roger bartra* outra vez decifra coisas por/ para mim. e com poesia, porque filosofia bem feita é poesia, lo siento por las dos. era a ele que me referia sobre alguém que havia falado sobre passagens. numa releitura de foucault sob a luz de hegel (segundo ele, foucault reintroduz o modelo dialético hegeliano "sólo como artifício literário"), ele diz, primeiro, sobre pontes do poder omnipresente:
"Al anularse las orillas diferentes y opuestas que el puente une, lo más grave no es que los puentes dejen de ser puentes (y los medios dejen de ser medios), es decir, tránsito - digamos - de un lado al otro del río. No: lo más grave es que los puentes no sólo pierden de vista las orillas, sino que también anulan al río mismo. El puente ya no sirve para pasar de una orilla a la otra; ya no sirve para pasar por encima del río: ya sólo sirve para ocultar el río."
esse río oculto, que também poderia ser um abismo mesmo, as brechas sociais, os espaços vazios: por aí, ele decifra o ser e o nada: "no se da nada, absolutamente nada, que no sea una situación intermedia entre el ser y la nada" (hegel). estamos todos aqui de passagem.

*(1996) las redes imaginarias del poder político. méxico, oceano.

amarela esteve encerrada na catedral de barcelona. mexicana, ela ajuda a abrir passagem aos sem papeles em barcelona. foi desalojada pela polícia e por ordem da igreja, juntamente com 800 compis, que ao contrário dela, não possuem permissão para residir na espanha. a história está contada hoje nos jornais: fontes governamentais explicam. a plataforma sin papeles é contraponto. amarela tem olhos rojizos.




fredag, juni 04, 2004

faço uma pausa e penso em passagens. 50 páginas e terei uma. é o que me faz decifrar com ou sem dicionário termos jurídicos e das telecoms ao mesmo tempo. mas agora faço uma pausa e me deparo com wallestrein. ele não fala de passagens, mas talvez seja isso o que falte: passagens subterrâneas em vez de pontes, que é sobre o que todos insistem. mas alguém já falou nas passagens, pelo menos das que estão embaixo das pontes, onde ninguém vê. em paris há passagens depois das pontes. e são desertas, impróprias quase. quando saía de casa antes das cinco também cruzava passagens. a ronda del mig está cheia delas. são quasecasas a essa hora, mas ainda assim desertas. eu só tangenciava, não atravessava por elas a essa hora antes das cinco. depois, às vezes. agora, quero uma passagem para cruzar o oceano. e que duas pessoas pelo menos possam passar por elas. pelo menos.



onsdag, juni 02, 2004

E e lá se foram duas horas de fazer nada. Nisso me deparo com um texto da fran sobre tpm. Apenas que sobre cores não tenho uma preferência e já desisti de assumir meus cabelos brancos. Eles incomodam bastante aos 30. Tampouco escrevo poesia. Mas gosto do verde e gosto da poesia da fran e meu peito não é de silicone. Enfim, isso importa? O que não deveria importar é que lembro que logo terei minha tpm outra vez e é exatamente assim: humilhante, no meio da tarde, com a dor de cabeça, a bolha, o autismo. Lo siento mucho, muchísimo: necesito esconder os brancos com tinta bem preta outra vez.

O relógio avisa que são as duas. Ainda tenho uma mais por hoje para recuperar as 16 da semana passada.




tirsdag, juni 01, 2004

sale el sol por la mañana
por la mañana sale el sol
por la tarde los borrachos
y por la noche el rousinyol

manhã de sábado, oito e algo. uma batucada de escola de samba em fase de primeiros ensaios invade o quarto. levantar é inevitável: olho pela janela, como todos os vizinhos, muitos literalmente em pelotas: a impressão é que começou o carnaval. mas estamos em maio e a festa que se comemora é a páscoa de pentecostes, ou páscoa granada como descubro num cartaz pegado na entrada do prédio: gran festa dels cors de la barceloneta - celebració de la páscua granada organizada por la coordinadora dáctivitats corals. lá no terceiro parágrafo do cartaz está avisado: sáconsella utilizar el transport públic perquè el barri de la Barceloneta es tancarà al trànsit de vehicles el dissabte 29 de maig, entre las 8:00 i les 17:00, i el dilluns 31 de maig, entre les 12:00 e les 24:00.

saímos al carrer: a comprar pan e inevitavelmente entrar na folia. pergunto o que aocntece a uma velinha que está olhando a farra na praça da igreja e descubro a lógica da festa:
- eles vêm, cantam e bebem, e depois vão de viagem. voltam na segunda-feira cheios de coisas. e aí cantam e bebem outra vez.
é, eu também não entendi muito bem. mas ao meio dia vejo os ônibus de turismo se enchendo de homens vestidos todos iguais, tipo bloco de carnaval. já não eram mais as fantasias de turista americano ou malandro caribeño, nem levavam para os ônibus os adornos: machados, estandartes, enchadas, remos - tudo de mentira, adornos de carnaval, se é que me explico na minha própria língua. pois assim entravam todos nos ônibus, indo de viagem. entendi que era uma festa masculina, e que quando surgiu há 170 anos devia ser um pouco diferente: a viagem devia ser em coche de boi, ou em barco ou então a pé mesmo, até a cidade: a barceloneta era então uma cidade fora das muralhas e até hoje tem gente que diz "vou até a cidade" quando vão até as ramblas, que estão a 10 minutos a pé. voltando à festa: é primordialmente masculina e secular, e as mulheres e a bandeira do brasil começam a "invadir". O mesmo se pode dizer da música: o hit, pelo menos na parada que tínhamos na frente do maristany, foi "pergunte ao joão, ele sabe a morada, ele sabe a picada, para o meu barracão", mas se ouviam também o "pega no ganzê" e "aquarela do brasil". num delírio, cheguei a ouvir um mamãe eu quero. mas acho que foi só delírio.

a entrada das mulheres nas associaciões de corais humorísticos (ach) tem duas, let´s say, vertentes: uma são as novs gerações nos corais mais consolidados, como o do rousinyol, desde 1927; outra´são as ACHF, que acrescentam o adjetivo "femeninos" aos corais humorísticos e são só de dones. não vi nenhum ônibus das achf saindo de viagem, o que me fez concluir também que essa festa pode ter sido criada pelas mulheres, que organizavam excursões pros maridos deixarem a casa livre por um final de semana e ainda voltarem na segunda cheios de presentes. sim, a festa termina numa segunda, feriado, passada meia noite, com fogos de artifício jorrando das bandeirolas. como se fosse chuva de água e não de fogo, o povo passa por baixo. dizem que exorcisa. y de hecho algumas ruas parecem locais de ritual: esfumaçadas, vermelhas e com batucada.

a bandeira e a música brasileira são capítulo à parte: estão por tudo, sempre, e não poderiam faltar ao carnaval mais autêntico que vi nessa cidade. e sem direito a quarta-feira de cinzas. que carlinhos brown que nada!



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