talvez ainda nao devesse. por pudor, nao deveria. mas, de acordo com a defininicao de agnes heller*, me identifico mais com a promiscuidade, entao aí vai. comecei.
*David Morley, em Home Territores. Media, Mobility and Identity (Routledge, 2001) conta que "Agnes Helles, perhaps inadvertently brings out spme of the implicity ethical aspects of the concept of home when she identifies place and rootedness with what she calls geographical monogamy and travel (or mobility**) with geographical promiscuity." (Where we are at home, Thesis 11, 1995, vol.41)
**desde que nasci, ou seja, em 30 anos, me mudei mais de 10 vezes e perdi as contas das viagens. ultimamente ando meio paradinha, mas faz só um ano que saí de porto alegre. nao me considero sedentária e muito menos monogamica nesse sentido. acho que me expliquei mais ou menos. anyway, who cares?
é um mundo previsível esse das máquinas: computador sempre tem que dar algum pau.
enquanto a história lá se resolve eu aqui furtivamente checo meus mails e publico bobagens, só pelo gosto do escondido. o que tem pra fazer é mais previsível do que um computador.
jorge cumple años hoje. FELIZ ANIVERSÁRIO, MEU CAVALEIRO!
mood:
recuperada. com uma tosse de vaporizador, que nao expele nada além de ar e algumas gotinhas de água. com os pés frios, mas isso é sempre assim.
feliz. passei parte da tarde na biblioteca da barceloneta. uma delícia. due pra ver que agora o sol se põe bem mais tarde que há um mês. e a gente nem se dá conta se não pára. eu parei à força e talvez por isso tenha visto que agora o sol se põe perto das 7 em barcelona. e ainda nao estamos no horário de verão. não é brincadeira quando dizem que vao construir prédios ecológicos, com aquecimento alimentado por luz solar. ou seria tudo o que é elétrico? isso eu já não sei. mas sei que essa tecnologia deve render por aqui. tipo, essa noite choveu. bastante. teve até trovão. coisa de uma vez por ano. e hoje pela manhã tinha sol. não era de céu azul, mas tinha sol.
mood: animada pelo horóscopo do 20 minutos:
preparas un acontecimiento extraordinario para dentro de algún tiempo y eso te lleva a gastar mucha energía. pero lo haces con gusto y disfrutando de toda esa organización.
pra quem perguntou, a resposta é nao: nao podemos acessar páginas do blogger.com.br, pelo menos nao hoje. com exceçao da própria blogger.com.br, que está mudando as regras.
nos movemos sobre rodas agora. de bicicleta. nao só, mas também. mirela tem espaço improvisado para as compras no mercadona e pra levar a bolsa e os cadeados ao cinema. nao voa como a pj, mas me transporta com segurança.
hay mucho que hacer. e hoje nao fiz. falei, ouvi, encontrei. o caminho está traçado. mas eu preciso pegar a mirela e sair pra passear. e depois sentar na biblioteca. aliás, a biblioteca do bairro é uma delícia. tem coisas na medida pra nao te deixar agoviado, como é o caso da biblioteca da univesidade, e um espaço que é cinematográfico. talvez seja exagero: ainda nao consegui entrar na biblioteca da estació de les aiguas, da pompeu fabra. também está perto de casa e é uma meta. ao que tudo indica, é O labirinto. eu sou tao empolgada com essa biblio que já visitei o prédio da universidade umas 30 vezes. e nunca descobri o acesso. e me dá coisa perguntar: é o tipo de informaçao que a pessoa tem ou busca. nao pode perguntar. parece que perde a graça.
dialogando com a consu: chomsky, fisk et altri falam em terrorismo de estado. a diferença para o terrorismo convencional é que esse nao dá no new york times. quando muito, dá na bbc. e aí dá no que deu. moral da história (se é que há alguma moral pra isso tudo): a justiça é mesmo cega. e do pior tipo.
ainda fa?o incurs?es pelo mundo empresarial. e me assusto. com a experi?ncia aldeasa - me refiro ao que vai al?m dos perfumes e entra na id?ia de organiza??o, que se insiste em tachar de Organiza??o -, pude ver o mundo corporativo espanhol com meus olhos de funcion?ria. e agora, no meio de uma tradu??o para o grupo gas natural, que entra no brasil, vejo que o que vi ? visto por muito mais gente. o pior ? se dar conta desde lejos que essa Cultura Corporativa verdadeiramente asquerosa est? invadindo tamb?m o brasil. espero que algum empres?rio um dia se d? conta de que o Sistema que eles inventam para se favorecerem ? uma grande Fal?cia Corporativa. digo isso como ex-funcion?ria.
para aliviar, leio um texto do adriano quadrado no parapaz, o site de m?sica rec?m inaugurado pelo rodrigo. ? texto fala de olinda no carnaval, e me deu uma saudade!
Num dia da semana passada ficamos sem gás, ou seja, sem banho. Sem cozinha. Minha cabeça fala comigo e eu chego a ouvir o som de sino dos paquis que vendem gás. Aqui eles passam cada dia de manhã e de tarde batendo com uma colher nas bombonas, que então soam a sino. Alarme falso. Descubro depois de baixar correndo o meio lance que me separa da rua e andar ao redor da quadra buscando. Nada. Ligo pra quem usa gás de bombona tentando descobrir se há alternativa de onde comprar. Não há, como se supunha. Por não seguir minha intuição receberemos uma visita do dono do apartamento. No desespero, liguei até pro Javi, que mora no mesmo prédio quatro andares pra cima. E agora espero ouvindo Tomatito, vendo fotos e tentando manter a calma. Nada a ver com a visita. Espero que alguém me solucione o que não pude. Odeio essa sensação de incapacidade para solucionar pequenos problemas domésticos. Gera uma dependência e toda dependência é incômoda. As mãos ficam frias, sinto meus cheiros, tenho vontade de tomar um banho e me meter embaixo das cobertas. Tenho sono e um pouco de tristeza desubicada. Minha carga horária de trabalho se reduziu de 8 para 4 horas e de pé para sentada. Os pés ficam mais frios. Acho que é normal esse estranhamento. Essa não vontade. É normal, sim. E ai de quem me contrariar! Ainda mais num dia que começou assim: sem gás.
Dou voltas em mim mesma. O computador insiste no modo de segurança. Esfria, a noite chega mais tarde, às 6. Acendo luzes, apago outras. Esquento a comida no forno elétrico e espero. Espero que o computador funcione no modo que deve, que o gás venha de algum lado, que Jorge chegue pra eu poder falar, que o Javi desista de aparecer, que eu possa tomar banho e me livrar dessa neurose.