cheguei ontem a um dos submundos do bairro. um galpão, onde facilmente se chega aos 45 graus no verão. a fábrika de que fala mariana, às vezes taller. ao vivo, é isso: um lugar onde se montam encartes de papel de todos os tipos: pastas, caixinhas de brindes, expositores de canetas o lo que sea. um meio termo entre a fábrika e o taller, um e outro a la vez e nenhum nem outro também.
há dois desses na barceloneta. num, esse de ontem, trabalha principalmente a gente do bairro de toda la vida -leia-se catalães - ou de pelo menos faz 40 anos - leia-se imigrantes anadaluzes. no outro, o novo, 50 imigrantes búlgaros que chegaram ontem ou o ano passado. esse outro, diz mariana, é bem mais divertido: os trabalhadores são mais jovens, levam música. o trabalho, que também me pareceu divertido aí, consiste em montar os encartes e, como já disse, pagam por unidade. pode-se faturar até 35 euros por 100 unidades. trabalhando 12 horas por dia, cinco dias na semana, o faturamento chega a 700 euros, que na verdade é menos que a média salarial de 600 euros por 40 horas semanais em barcelona. é nada considerando que um aluguel sai em média por isso, 600 euros. Pero enfim, es lo que hay.
o passeio terminou com um passeio pela praia e uma cerveja num bar com peter, o marido, hiristian, o filho, e emília, a sogra. No meio do caminho se agregaram dois amigos, que levam já seus 50 anos e, dedeuzo, trabalham no porto. ou na construção civil. entre eles, não falam espanhol nem que a vaca tussa ? ou nem que tenham dois brasileiros que não entendem bulhufas. no trabalho, aliás, a língua é estratégica: os chefes, obviamente, são daqui.
búlgaros não falam tcheco, obviamente, mas foi inevitável lembrar do filme de emir kusturica. faltou a música, que certamente ouvirei na próxima visita ao taller.
passou o bode da semana passada, aliás e mudando de tema. mas ainda há dudas pelo caminho. y quién no las tiene?
jorge continua fazendo um show com nossa fotonovela. eu não posso mais: fui banida, o blogger não deixa. e também preciso incorporar uns links por aqui, pois isso de ficar catando aqui e ali não é a coisa mais prática do mundo. nem menos, vamos.