nao houve notícias no dia seguinte. o mayday de barcelona passou batido, com 10 mil pessoas passeando juntas pelas principais avenidas. a linha de frente era formada por três mil sin papeles. basicamente homens marroquinos, paquistaneses, botswaneses, senegaleses, um que outro filipino, mexicano, equatoriano. mais que um coletivo, representavam individualmente muitos compis e familiares que vivem ilegalmente em barcelona e cercanias. com medo da polícia. com megafones. iam precedidos por okupas verdes em suas bicis, e seguidos por mais okupas, dois carros de som, blackblocks locais, homens e muheres gatos, e um grupo de pijos que no final resolveram ocupar um prédio público central e abandonado para que naomi no logo klein desse uma oficina activista elitista no dia seguinte. duas meninas com fraturas no hospital, em contou amarela, que ficou até o final, no paseig colon, aí pelas 10 da noite. nao houve noticias no dia seguinte.
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na internet a coisa tem outra cara, mais divertida, menos real, e mais possível de se faezr visível, quizás. vide a netparade: os desenhos sao de um grupo de italians chamado la molleindustria, que vale a pena conhecer. fazem jogos sobre a precariedade - laboral, sexual - e fazem rir. essa é a face boa desse ativismo: o desencanto pode ser bem humorado. suponho que seria diferente se fossem precários no brasi, no méxico, na áfrica, na argentina, na bolívia... mas dentro da sua precariedade européia, com seguridade social, é um desencanto mais compreensível. me convence mais que o encantamento forçado da "prima do calvin".