Começo a escrever e me dou conta de que hoje faz exatamente cinco meses que estamos em Barcelona. Há exatamente cinco meses, Jorge e eu fazíamos nossa primeira incursão pela cidade, o que obviamente incluiu um falafel na Plaça Reial, onde me encontro agora esperando por ele. A situação hoje é bem outra: viemos comer com a pranati no templo Hare Krisha (não foi dessa vez: chegamos tarde demais e a comida havia acabado. Voltamos duas semanas depois e aí sim provamos as delícias da comida ayurvédica em Barcelona). A diferença também é que hoje a praça está cheia e o sol esquenta mais: já estamos bajo el horário de estiu, que acabava de terminar quando chegamos em novembro do ano passado.
Acendo um cigarro mientras espero. Un chico pasa y me pide uno: no tengo. Penso que em alguns minutos estaremos comendo e falando portuñol com a Pranati, que viveu no Brasil quando era monja. Começam a batucar em algum canto da praça. Como gostam disso os multicultiprogress! Un loco baila ao som dos batuques sem ritmo. Na Rambla, cap amunt, un tío toca a gaita acompanhado de um par de perquitos: aiaiaiai, tá chegando a hora. Câmeras japonesas captam rápidas imagens. Apesar de tudo, m’agrada viure en Barcelona! (Caio na risada: esse é o lema da campanha nada simpática do ayuntament).
Empresto o metchero para unas chicas liaren su porro. Calculo que Jorge chegará em 10 minutos, com atraso em 15. (Que nada: tardou meia hora mais! A linha verde estava com problemas, teve que trocar para a groga baixar não sei onde...). Tenho fome e em uma hora deveria estar na universidade. Passam pés, voam pombas, uma mina come batatas fritas e um Big Mac ao meu lado. Mais adiante, un chico se posiciona para fazer seu show para os turistas que, não entendo como, comem nos restaurantes de sillas rojas. Vou por la calle llorando... e passa com seu perro negro.
Más allá um rasta arruma os pelos y empeza a sonar su guitarra. Impossível distinguir o que ele toca. Uma tentativa de reagge que se perde com o vento e com os demais sons da praça. O movimento diminui, e luego llega un otro grupete de turistas negros brancos, em bandos se movem. Un tío tenta sacar moedas a tapas de um orelhão. Num dia eles de engolem tudo o que tens para faezr uma ligação. No outro, te devolvem em dobro as moedas que uno puso ali dentro. Ya me ha pasado diversas veces. E uma foi com um parquímetro, que tilintou e cuspiu 1,5 euro mientras passávamos por delante.
Pessoas solitárias também perambulam. se aproximam, se afastam, passam, vomitam nos coqueiros transplantados. Venta forte e a noia me devolve o metchero. Gracias, bonica. A das patatas freitas se vai, outros dois caminhantes – ingleses, seguramente – ocupam seu lugar. Jorge demora mais do que o esperado, Espero. Pranati também nos espera, com seu traje indiano e lilás.
pois entao. descobri que quando estiver na ciutadella posso vir até a biblioteca da upf e usar os ordenadores. isso vale pra todo mundo: sempre há alguns computadores de uso público com conexao nas bibliotecas das universidades. aos poucos a gente vai aprendendo como as coisas funcionam. e hoje eu descobri isso. depois das 4 horas no estanco da carrer nápols, me toquei pra barceloneta correndo para pegar a oficina de polícia aberta. meu número de identificaçao de estranjera e minha tarjeta de residência finalmente estao prontos! até 2007, nao terei que me preocupar com isso. na volta, passei no mercadona que freqüentávamos assiduamente mientras vivíamos na residência universitária, comprei uma loncha enoooorme de queijo gouda para rechear meu bocadillo, um litro de yogurte de fresas e uma bandeijinha de croassants de chocolate e napolitanas de huevos. hmmm. voltei até o parque, me sentei na sombra de uma árvore, meditei e calmamente fiz minha segunda refeiçao do dia. num pulo estava aqui na biblioteca, que fica na rua de trás do parque, e em uma hora tenho que estar de volta ao estanco. estancada até as 8. mas feliz da vida!
semana santa em barcelona é a semana inteira. férias, vacaciones e sitges. primeira parada, casteldefells platja. quinta-feira na companhia de jorge, moni e elvira piquete. sol e água congelada, sem banho de mar. después mais um trem e em 15 minutos, sitges. típico balneário do mediterraneo, com resquícios romanos e principalmente medievais, ruelas estrechas e prédios brancos arredondados. o paraíso gay mais próximo de barcelona. muitos ateliês de arte, muitos cafés e muitos turistas. imagino o que deve ser aquele lugar no verao. de qualquer forma, nao creio que perca o encanto do mar azul e das inúmeras vistas com as quais uno se depara caminhando pelas ruelas de piedra.
descobrimos o cyber do china na plaça do reloj. é nosso ponto de conexao com o mundo desde o início da semana. e hasta que tengamos internet em casa. em breve, continuarei meu post de baixo, já que agora estou sem meu caderninho de notas.
Me dou conta de que hoje faz exatamente cinco meses que estamos em Barcelona. Há exatamente cinco meses, Jorge e eu fazíamos , maios ou menos à mesma hora em que escrevi essas linhas no meu caderninho de notas, nossa primeira incursao pela cidade, o que, obviamente, incluiu um falafel na Plaça Reial, onde me encontro agora esperando por ele. A situaçao hoje é bem outra: viemos encontrar com Pranati no templo Hare Krishna e, dessa vez, nao cairemos na barbaridade de nos sentar dentro do bar para comer o falafel. A diferença também é que hoje o sol brilha mais forte. Já estamos no horário de verao aqui, que acabou quando chegamos ou um pouco antes.
Acendo um cigarro enquanto espero. Un chico pára e me pide uno. No tengo. Em alguns minutos estaremos falando portuñol - a Pranati le encanta el portugués y ella vivió en Brasil cuando era monja de Ananda Marga. Hblaremos de nosotros, de la vida, de baba e de tudo de bom que nos vai acontecer depois que a tempestade passar. Começam a batucar: como gostam disso!
(termino quando a sala dos computadores reabrir ou quando eu puder voltar a usá-la...)