[9/27/2002 6:35:46 AM | fernanda zanuzzi]
sonhos sempre querem dizer alguma coisa e raramente não são um pouco inventados.
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[9/27/2002 6:35:25 AM | fernanda zanuzzi]
ou será que quer dizer alguma coisa?
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[9/27/2002 6:33:08 AM | fernanda zanuzzi]
acabo de lembrar e de esquecer o sonho que sonhei essa noite. tinha uma estrada e era noite. e chovia. será que estou inventando?
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El sueño estaba compuesto como una torre formada por capas sin fin que se alzaran y se perdieran en el infinito, o bajaran en círculos perdiéndose en las entrañas de la tierra. Cuando me arrastró en sus ondas la espiral comenzó y esa espiral era un laberinto. No había ni techo ni fondo, ni paredes ni regreso. Pero había temas que se repetían con exactitud.
Anais Nin, Winter of Artifice. In: Rayuela, capítulo 110.
meu cavaleiro fez um lomo banner lindo pra mim. agora é por ali que se chega na lomohome. não, não. hoje não tem nada novo por lá, não. fora o banner, nem por aqui.
[ando enchendo meu caderninho de notas. às vezes é melhor escrever à mão. ler. viver o mundo analógico mesmo. mais um reflexo da vida depois da lomo: você se dá conta que está perdendo alguma coisa lá fora. o sol, por exemplo.]
teve plepiscito no brasil. a cnbb, o mst e diversos movimentos sindicais e políticos levaram 10,1 milhões de pessoas para as urnas para saber se e o quê querem da alca. resultado: pelo menos 8,7% do eleitorado e 5,8% da população não querem saber da área de livre comércio das américas. conclusão: aproximadamente 9,6 milhões de cidadãos foram às urnas para protestar contra a formação do bloco.
nada mal para um país que geralmente fica calado diante das inconseqüências políticas que geram as já institucionalizadas "injustiças sociais."
eu não votei. não encontrei nenhuma urna no meu caminho entre os dias primeiro e 7 de setembro. vai ver que é porque não tenho saído muito de casa.
takeshi kitano é um dos meus heróis no cinema. tenho bem menos heróis que o jorge, que fez essa homenagem a vários deles - e o takeshi se encaixa nos dois casos: meu e do jorge.
segunda, quatro e meia da tarde, sala redenção. o mar mais silencioso daquele verão. na segunda fita, o som falhou. ficou chiado até o início da terceira fita. meia hora de música e diálogos inaudíveis. é, tudo em japonês - e descobri que poucas coisas podem ser piores do que ouvir japonês mal falado. sem contar o desconforto da cadeira e o tamanho da tela, um pouco maior que a tevê lá da casa. com tudo isso, saí do cinema feliz por ter assistido um filme tão triste. triste como só takeshi consegue ser. triste de tão lindo.
+ kitano começou como ator, é artista plástico e faz uma ponta em olhares de tókio, um dos meus filmes preferido. disponível em vídeo.
++ em dolls , que concorreu ao leão de ouro em veneza esse ano e deve demorar para estrear por aqui, dizem que kitano atualiza o teatro tradicional japonês. com base na sincronia perfeita entre música, narrativa e movimento, uma característica do bunraku, ele conta três histórias trágicas de amor impossível no japão de hoje:
Agli amanti delle 'catalogazioni' facili, che vedono la filmografia di Kitano divisa tra i film più esplicitamente d'azione, sovraccarichi di sparatorie e morti violente, come Brother e Sonatine, e quelli più intimisti e sentimentali, quali L'estate di Kikujiro e Il silenzio sul mare, Dolls sembrerà certo più vicino al secondo gruppo: lento, ritmato, in particolare nella storia di Matsumoto e Sawako - centro e motore dell'opera - il film è anche un capolavoro di delicatezza e poesia. Non si può ignorare tuttavia il senso profondo del film, percorso dall'inizio fino alla splendida immagine finale da un sottile e fatale senso di morte. Una morte ancor più violenta di quella esplicita e spettacolare di Brother perché, silenziosa, aleggia sopra i personaggi, arrivando inattesa e colpendoli alle spalle per lasciarli a terra.
a voz do village está mais próxima dos escombros do que eu e muita gente que fala sobre o assunto:
Balanced against security concerns at a time of war, the old dictum holds, civil liberties spring back to full force when danger has passed. In an endless "war on terrorism" that soon might include attacks on Iraq, those springs could get mighty rusty
porque é tão vergonhoso dizer a verdade? o brasil é a bola da vez, como gostam de dizer os coleguinhas da economia, porque adotou uma política econômica tão dependente quanto a da argentina nos últimos 10 anos. também tivemos o real a um para um com o dólar na marra. a diferença – e por isso não fomos pro saco antes – é que fh optou por criar uma moeda nacional em vez de adotar descaradamente o dólar. se o real algum dia tivesse valido um dólar nossa dívida teria sido paga em reais e não triplicado em dólares. o mais absurdo é quando entram nas desculpas: as pesquisas eleitorais e o ataque ao iraque. podiam, pelo menos, usar fatos mais, digamos, reais: a guerra civil alimentada pelo narcotráfico e o crescimento do fosso que separa os mais ricos dos que morrem de fome. mas é vergonhoso demais dizer a verdade.
Por qué tan lejos de los dioses? Quizá por preguntarlo. [capítulo 147]
na cidade de deus do filme ninguém pergunta. a intenção também não é responder. é um filme - e aí só não vai um ponto porque é o melhor filme brasileiro feito até hoje. mais que o badalado central do brasil, sem dúvida. diferente, bem diferente de eu, tu eles. ficção-baseada-em-fatos-e-fotos-reais e de fato adaptada para cinema: exige telão e som dolby estéreo. tem ritmo, trilha sonora, roteiro, direção, produção, atuação (é: a gurizada da oficina de atores dá um banho no elenco global da paixão de jacobina, que eu me recuso a assistir. é, é preconceito), além de idéias e câmeras em sintonia. pra ver mais de uma vez.
the sadcomics (com os links refeitos)
odyr está de volta. e dessa vez não está só. trouxe para a rede o heitor e o sentido da vida, o inspetor mullet, e o homem que sabia demais.
eles estão na sadcomics, que abriu as portas na semana passada com essa bela definição (que eu não resisti e vou reproduzir aqui):
A palavra Comics vem de comics strips, como eram chamadas as primeiras tiras de humor publicadas nos jornais americanos. Embora uma parte considerável da humanidade não tenha percebido, os quadrinhos, como chamamos por aqui, trilharam um longo caminho e hoje são um meio tão complexo quanto o cinema ou a literatura, ainda em busca de um nome mais adequado e de um mínimo de respeito. Sad Comics é uma brincadeira afetuosa com essa inadequação. Não quer dizer que tudo aqui é triste, por favor. Você pode se encontrar sorrindo aqui e ali, imagino
think analog, act digital e lá se foi a primeira hora e quase meia. blogs, clogs, rogs e, wow, a minha lomohome. não tem nada mais divertido.
sim, está aberta ao público: entre, anime as imagens, vire da cabeça pra baixo, mande pros amigos, descubra todas as possibilidades. quando já tiver visto tudo, aventure-se por casas desconhecidas. impossível não gostar dos meus novos vizinhos.
maggie and milly and molly and may went down to the beach(to play one day)
and maggie discovered a shell that sang
so sweetly she couldn't remember her troubles,and
milly befriended a stranded star
whose rays five languid fingers were;
and molly was chased by a horrible thing
which raced sideways while blowing bubbles:and
may came home with a smooth round stone
as small as a world and as large as alone.
For whatever we lose(like a you or a me)
it's always ourselves we find in the sea
+ cummings tinha uma revista. a revista ainda existe e se chama spring. antes de fazer a revista ele fez um poema sobre ela. ele também era amigo de joe gould.
ah, sim. importantíssimo. a imagem aí do lado é randômica agora. cada vez que vc entrar em trans-z, ela muda. legal, né? eu achei beeemm legal. não, a idéia não foi minha.
adoro filmes sobre nova york pela simples razão que adoro nova york. eu e milhares de pessoas. eu e o romeu, que tivemos a mesma idéia e locamos o mesmo filme – eu em porto alegre, ele em curitiba –, sem combinar, obviamente. o filme também é de um cara que ama em nova york – mas, ao contrário do romeu, de mim e de metade das milhares de pessoas que amam ny, stanley tucci vive em nova york. o filme, que ele dirige e em que atua, se passa no greenwich village, mais precisamente nas redondezas do washington square, e conta a história de joe gould, um graduado de harvard que, no anos 40 era um bum e dizia estar escrevendo a história oral da humanidade. o ponto de vista do filme é o de joe mitchell , o repórter modelo da lendária new yorker, que, nos anos 60 publicou o livro que deu origem ao filme – joe gould´s secret.
não vou comentar o filme. romeu e jorge (02/09) já apontaram as inquietações que chamam a atenção na história. além disso, o village voice publicou um belo artigo sobre o filme e a vida de gould. eu confesso que só usei o fato como pretexto para postar aqui essa lito de al hirschfeld, um dos amigos famosos de gould
+ aproveitando que você vai entrar no link do museum of the city of new york (se clicar na lito você chega lá), não deixe de return to map of hirschfeld new york. se preferir, clique aqui. de qualquer forma, você vai chegar num mapa da cidade de ny, com as linhas de metrô e links dos locais da exposição que aconteceu entre outubro do ano passado e janeiro desse ano. a utilidade disso não é pra quando você for a ny, darling. se bem que pode até virar roteiro: imprima o mapa e as gravuras e você tem um guia-hirschfeld-tabajara para conhecer ny! se não gostar da idéia, garanto que virtualmente é um belo passeio.