ontem me apaixonei mais uma vez. ok, confesso que me apaixono com facilidade. principalmente por mentirosos sedutores como jean-claude carriere. não cheguei muito perto, estávamos a algumas filas de distância, ele no palco e eu na platéia. mas foi ele começar a falar pra que eu, e acho que toda a audiência, ficássemos de queixo caído. sem rompantes, ele abriu a série patrimônio oral da fiesta kosmópolis de la literatura, no hall proteo do centro de cultura contemporánea de barcelona - uma iniciativa audaciosa, mas que, apesar de presenças como a de jean-claude, não conseguiu mostrar a que veio no dia da abertura.
com 25 anos de trabalho na índia e diversos períodos passados na amazônia, o roteirista de buñuel concluiu que "un pueblo que no puede mirar, ohir y compartir mentiras perde su identidad." citando buñuel, lembrou à platéia que a imaginação humana não tem limites. "el ser humano no es hecho unicamente de realidade. el mundo del imaginário, de la ficción es inseparable de la realidad." com a suavidade com que narrou algumas histórias do livro o círculo dos mentirosos, ninguém duvidou.