inspire-se não é à toa que as mulheres são mais ansiosas, nervosas e ofegantes. de um modo geral, nós respiramos como os nervosos, os deprimidos e os ansiosos: pela clavícula, ou melhor, com a parte alta dos pulmões. durante um tempo, acreditou-se que essa forma de respirar era culpa das roupas. corpetes, vestidos apertados e toda a parafernalha que já se criou para deixar a mulher pretensamente mais esbelta. mais recentemente, quando boa parte das mulheres já deixou de lado o sutiã e homens ainda usam gravatas, concluiu-se que a respiração clavicular ainda é uma característica predominantemente feminina - nos homens, só aparece quando os nervos estão à flor da pele. mais: desde bebês, as meninas já respiram mais por cima que os meninos. de acordo com andré van lysebeth, autor do livro `j’apprends le yoga` (flammarion, paris), isso é culpa da gravidez. uma espécie de inconsciente coletivo feminino faz com que a maioria das mulheres respire mal, principalmente quando os vestidos apertam.
os homens - não é difícil observar isso - excetuando os mais nervosinhos, afrouxam a gravata, desabotoam a calça, fazem de tudo para respirar pelo abdômen.
conclusão óbvia: as mulheres tendem a ser mais nervosas, ansiosas e ofegantes que os homens porque terão pelo menos nove meses de gravidez pela frente e passam a vida se preparando para isso. pior: isso é uma `tendência antropológica` e independe da sua vontade consciente de ter filhos.
pra sair dessas estatísticas, tome consciência de cada inspiração e expiração que fizer. pra começar, respire pelo nariz. procure inspirar até parecer que encheu a barriga de ar. a famosa respiração abdominal é considerada a parte mais importante de uma respiração completa. mas não é a única. para fazer a seqüência até o fim, você ainda deve colocar o ar nas costelas, como se estivesse expandindo para os lados e, por último, mas só por último, deixar o ar subir até expandir a clavícula. expire lentamente.
+ andré van lysebeth segue a linha do hatha yoga, que parte do princípio de que o corpo (ham) controla a mente (tha). eu sigo uma das linhas do raja yoga, mais especificamente o ashtunga ou austanga yoga, que defende o inverso: é a mente que controla o corpo. apesar dessa diferença básica, ele está me ensinando a respirar melhor - e isso é o que importa.